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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 26 de março de 2010

Preço da carta de condução aumenta até 300 euros...

Novas regras vão encarecer cartas até 30%. Segundo escolas, problema está nos exames e não nas aulas

O Governo quer que os alunos tenham pelo menos 32 horas de aulas e guiem mil quilómetros antes de fazer o exame de condução. As escolas avisam que a carta vai ficar mais cara 20 a 30%. O IMTT monitorizará à distância as aulas dadas para evitar fraudes.

Entre as principais alterações no ensino da condução propostas pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) está a imposição de um mínimo de 32 horas de aulas - e não 32 aulas, como actualmente - e mil quilómetros percorridos para o aluno ser elegível para o exame de condução de categoria B e B1 (automóveis ligeiros e quadriciclos). Uma imposição excessiva e que vai encarecer a carta, afirmam as escolas.

Para o presidente da Associação Portuguesa das Escolas de Condução (APEC) é "completamente absurdo" e "impossível" de atingir um mínimo de mil horas de condução antes do exame, uma vez que as aulas também são compostas por manobras e não apenas por "andar em estrada". Alcino Cruz diz, ainda, que a proposta "não tem razão de ser" e que "quem pensou nisso não tem noção nenhuma do que é o ensino da condução".

Também o o presidente da Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel (ANIECA) considera mil quilómetros demasiado. "Actualmente, nas 32 aulas de 50 minutos exigidas, um aluno conduz, em média, entre 300 a 400 quilómetros. Para cumprir as mil horas, um aluno com um ritmo de aprendizagem lento necessitará de 60 ou 70 horas", antecipou, ao JN, Eduardo Vieira Dias. É por esse motivo - e apesar de considerar que será introduzido mais rigor -, que o responsável propôs ao IMTT um mínimo de 600 quilómetros.

Segundo Eduardo Vieira Dias, a imposição de mil horas de condução também implicará um aumento entre 20 a 30% no preço final da carta de condução que, hoje, oscila entre 500 e mil euros.

Já o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) preferiu colocar a tónica nos exames. "Para o ACP, não interessa quantas horas as pessoas fazem nas escolas. O que é importante é que os exames sejam super-rigorosos e que possam ser feitos em vários ambientes diferentes de condução", disse Carlos Barbosa, mencionando "cidades, auto-estradas e horas de ponta".

"Isto, sim, é que tem de ser bem regulado. O resto é uma maneira de 'financiar' as escolas", acrescentou. Carlos Barbosa defendeu, ainda, uma mudança dos "conteúdos" do ensino. Caso contrário, disse, os mil quilómetros obrigatórios "não servem para nada".

Eduardo Vieira Dias partilha aquele ponto de vista e considera que os exames deviam ser "mais rigorosos e objectivos". Defende, ainda, que os dispositivos de monitorização que irão registar as horas, quilómetros e trajectos dos alunos durante a aprendizagem (ver ficha) deveriam ser colocados nos carros de exame. "Em muitos centros de exame os 40 minutos não são cumpridos. E, com este equipamento, não seriam necessários os pontos de passagem obrigatória que já são conhecidos por todos", justificou.

Carlos Barbosa, por sua vez, considera que "o novo esquema de controlo das lições práticas tem ainda de ser testado, para se ter a certeza de que não há fraudes".

JN

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