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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Passeios de barco pela costa de Lagos, que incluem a entrada em rochedos, continuam a atrair turistas. Pescadores admitem que há risco ...

A íngreme escadaria que leva ao mar na Ponta da Piedade, uma das zonas de falésia e rochedos mais conhecida de Lagos, tem um vai e vem de gente mais ou menos constante.


Há quem só queira descer para fotografar a paisagem, mas há também quem não resista ao apelo dos pequenos barcos de pescadores que, por 10 euros, levam os turistas num passeio de meia hora pela costa, com direito a entrar em grutas escavadas na rocha pelo mar.


"O mar é que consegue fazer estas coisas todas", diz Manuel Alegre, 77 anos, que compõe a "miséria" da reforma de pescador com o que ganha ao leme do barco. A natureza cria recortes nas rochas e a imaginação fértil dos pescadores trata de os baptizar: há um "elefante", uma "balança", um "ferro de engomar" e várias grutas - como a do "museu" e a dos "amores" - onde só é possível entrar quando a maré está baixa. Se é provável que haja ali uma derrocada como a que matou cinco pessoas na praia Maria Luísa? Manuel Alegre encolhe os ombros e esboça um sorriso: "Isso também eu gostava de saber. Ninguém sabe o dia de amanhã".


O pescador, um dos 40 que se dedica a esta actividade em Lagos, admite que "às vezes acontece cair uma ou outra pedra" e conta que já houve derrocadas maiores, sempre sem causar vítimas. Mas desvaloriza o perigo: "A gente também cai. Se formos a olhar a isso não vamos a lado nenhum".


Foi por mero acaso que António Martinez e Lurdes del Olmo, um casal espanhol de 51 e 49 anos, descobriram os passeios da Ponta da Piedade. E não hesitaram em entrar no barco. Ainda em Madrid, antes de rumarem ao Algarve, souberam da derrocada em Albufeira, mas ontem nem pensaram no assunto. "Isso acontece uma vez ou outra. É como os aviões", diziam, garantindo que fazem a viagem sem medo.


Também Luís Oviedo, turista espanhol de 50 anos, leu a notícia nos jornais espanhóis antes de ir de férias para o Algarve. E nem pensou duas vezes quando pôs a cadeira à sombra de um peneco na praia de Dona Ana. "Confesso que nem olhei mas, à primeira vista, não me parece que tenha perigo. Isto vai cair dentro de um ano? Talvez. A mim parece-me que não vai cair nunca". A pouca distância, Charlotte, sete anos, está praticamente metida no sopé de uma rocha, apesar dos muitos avisos de perigo de derrocada. A mãe, Joanne Jordan, 32 anos, inglesa, viu na televisão a notícia do acidente, mas não se apercebeu bem das circunstâncias nem do perigo da filha ter escolhido aquele local. "Não vejo o que podem fazer. São muitas rochas ao longo da costa. Só podem alertar as pessoas", dizia.


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