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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 30 de junho de 2009

Doente dinamarquês foi primeiro caso. Terá havido mutação do A(H1N1)...

Enquanto a OMS indicava já haver mais de 72 mil casos da nova gripe confirmados no Mundo, na Europa, ainda com um baixo número de contágios, notificava a primeira situação de resistência do vírus ao tratamento com o antiviral Tamiflu.


As autoridades sanitárias da Dinamarca, através do laboratório de Estado Serum Institute, e os Laboratórios Roche comunicaram ontem o primeiro caso mundial de resistência do vírus A(H1N1) ao princípio activo oseltamivir, base do fármaco Tamiflu, que tem sido usado, até por recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), como um dos dois capazes de tratar doentes com a nova gripe. Este pode ser um indício de mutação do vírus que tem estado na base da pandemia, o que lhe pode conferir características mais agressivas (ver entrevista ao lado). A recuperação do doente foi obtida com o Relenza (zanamivir), fabricado por outro laboratório, GlaxoSmithKline. Qualquer dos medicamentos opera como inibidor da neuranimidase, enzima que contribui para a libertação do vírus.


O instituto dinamarquês apressou-se a afirmar que este caso isolado não altera as recomendações para o uso do oseltamivir e o laboratório responsável pelo fabrico assegurou que não era inesperada a resistência, até porque tal aconteceu com a "prima" sazonal desta gripe, que tem estado em circulação. Segundo a Roche, o caso de resistência é "isolado" e insere-se na percentagem prevista nos ensaios clínicos. Já o especialista Antoine Flahaut, ouvido pela agência France Press, considera que, mais tarde ou mais cedo, o vírus contornará os obstáculos que lhe colocam.


Ontem, a actualização da OMS confirmava 72 285 casos, um aumento de mais de 11 mil desde a passada Segunda-Feira Estavam notificadas 313 mortes.


A maior expansão do contágio surge expressa nos números dos Estados Unidos, que contavam ontem com quase 28 mil casos e em três dias somaram 6.268 novos casos. Eles têm cerca de metade do total mundial de óbitos devidos à nova gripe. Os centros de controlo de doenças federais consideram que estes números revelam só a ponta do icebergue; na cidade de Nova Iorque as autoridades sanitárias estimam meio milhão de pessoas infectadas.


No Brasil verificou-se o primeiro óbito atribuível ao A(H1N1), um homem de 29 anos. Neste país há, até agora, 452 infectados. Na América do Sul a doença tem-se expandido sobretudo na Argentina e no Chile. Neste país, o número de casos supera os seis mil.


Já na Europa, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças sinalizava um aumento de 55 novos casos num período de 24 horas. Assim, na União Europeia e países da EFTA, havia ontem um total acumulado de 7 861 casos. Só o Reino Unido totalizava 5 939, grande parte dos quais localizados na Escócia. A morte de uma menina de nove anos, com complicações de saúde anteriores, somou-se à de dois adultos anteriormente verificada.


Em Portugal, mantinham-se até ontem 13 casos confirmados de infecção. Em observação e análise estavam seis casos suspeitos, quatro deles referenciados ao longo do dia. Dos quatro reportados no domingo, um teve análises negativas. Hoje serão conhecidos os resultados dos restantes três.


'Má notícia que indicará mutações'
[Jaime Nina, Infecciologista, Lisboa, INSA]


O que indica este caso de resistência?


É uma má notícia. É certo que se trata de um caso isolado, que foi detectado na investigação de um grupo de casos, não tendo sido detectado mais nenhum. Mas, até agora, não tinha ocorrido, apesar de os peritos sempre referirem que pode haver mutação do vírus e esta criar resistência aos fármacos usados.


Este caso implica alguma mudança de estratégia no combate à nova gripe?


Ele obrigará a repensar o papel do oseltamivir (Tamiflu), nomeadamente na chamada prevenção dega (para os grupos de risco). Ele (o Tamiflu) não é uma vacina, toma-se e funciona como um guarda-chuva, que só se abre se chover; neste caso, se tomado preventimante pode actuar como defesa. Também terá que se avaliar com mais cuidado o seu uso nos grupos de contacto de doentes infectados. De qualquer modo, há que sublinhar que, até ontem, todos os casos da nova gripe eram sensíveis ao combate com este fármaco e não se conhece ainda o mecanismo desta nova resistência.


A situação em Portugal pode agravar-se já durante o Verão com as movimentações turísticas?


Ainda é cedo para dizer algo sobre a evolução da gripe. Nós temos muito poucos casos. A Europa continua com números muito baixos, ainda que o Reino Unido tenha bastantes. O problema está agora em países como o Chile ou argentina, onde já há doentes nos corredores e varandas dos hospitais. Lá é Inverno, agora. Tal como em S.Paulo e no Rio de Janeiro, no Hemisfério Sul.


Podemos importar casos do Brasil?


Como temos muito intercâmbio, iremos receber casos importados. E, quando houver transmissões já em Portugal, o vírus irá expandir-se. Mas, com o tempo quente, o vírus morre. Por alta temperatura e secura morre em um a três minutos.

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