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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NACIONAL/Norte - Gangue ameaçou esperar por Domingos para abrir o cofre...

Gangue ameaçou esperar por Domingos para abrir o cofre
Treinador do Braga revelou que já recebeu da seguradora 16 mil euros de indemnização

"Disseram que não saíam da casa sem abrir o cofre, que se fosse preciso esperavam pelo meu marido". A mulher do treinador Domingos Paciência descreveu, ontem, segunda-feira, o pesadelo vivido por ela e os três filhos às mãos do gangue que os assaltou, em Matosinhos.

Isabel Oliveira prestou depoimento, no Tribunal de Matosinhos, como uma das vítimas do grupo de cinco brasileiros que começou a ser julgado por sete assaltos armados (seis residências e um restaurante), entre os dias 9 e 28 de Janeiro do ano passado. Um dos alvos foi, na manhã do dia 22, a residência do actual treinador do Braga, Domingos Paciência, em Lavra (Matosinhos), que não estava em casa na altura no crime.

A mulher do técnico não teve dúvidas em identificar, ontem, dois dos arguidos (Rodrigo C. e Elton F.) como os assaltantes que mantiveram a família sequestrada durante uma hora e meia. Para entrarem na vivenda, aproveitaram a chegada da empregada doméstica, cerca das 7,30 horas, e ameaçaram-na com uma pistola.

"Eles diziam para estarmos calmos, que se fizéssemos o que eles mandavam não nos acontecia nada", contou Isabel Oliveira, sublinhando que a sua preocupação imediata foi a integridade dos três filhos, na altura de oito, 14 e 17 anos. Na maior parte do tempo, tiveram todos de permanecer num dos quartos, vigiados por um dos ladrões.

A dupla pretendia, sobretudo, dinheiro e exigiu insistentemente a abertura do cofre, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas, dada a "aflição" das vítimas. Os brasileiros apressaram-se, então, em recolher os artigos de valor e o dinheiro dos rapazes, num total de 140 euros. Entre o material roubado, contam-se playstations, relógios, um máquina de filmar, um computador portátil e serviços de prata. "Os meus filhos ficaram muito perturbados. O mais velho começou a sentir-se muito mal e o mais novo a choramingar", recordou Isabel, acrescentando que, antes da fuga, os assaltantes fecharam os quatro na casa de banho.

Recebiam "para comer"

Os dois filhos mais velhos também testemunharam ontem, assim como Domingos Paciência, que se limitou a confirmar o valor dos bens roubados, entre os quais o Mercedes Classe R que o gangue acabaria por abandonar no Porto. O treinador do Braga revelou que já recebeu da seguradora 16 mil euros de indemnização.

O início do julgamento ficou marcado, igualmente, pelas declarações de quatro dos acusados, que confessaram alguns dos assaltos e apontaram um quinto arguido (Cássio S., que ontem esteve em silêncio) como o cabecilha do grupo, responsável pelo fornecimento das armas e escolha dos alvos e dos operacionais.

Elton, Ésio, Marco e Rodrigo, oriundos de S. Paulo (Brasil), justificaram a sua vinda para Portugal com as promessas de Cássio em arranjar-lhes emprego numa "empresa de electrónica". Ele pagou-lhes as viagens e alojou-os em pensões no nosso país, mas retirou-lhes o passaporte. E em vez do tal trabalho, acabaria por levá-los a fazer reconhecimentos de várias casas para assaltar, pedindo-lhes para "trazer tudo o que fosse de valor" das residências.

Os quatro alegaram que não queriam alinhar no esquema, mas que não tiveram alternativa: "Ficámos sem saída. Não tínhamos como comer". Além disso, contaram que foram coagidos a fazer os roubos, por ameaças feitas às suas famílias. "Ele obrigou-nos", frisou Ésio. O grupo garantiu que o proveito dos crimes era todo encaminhado para Cássio e que este só lhes pagava, em média, "10 euros" para alimentação e estadia.


Jornal de Noticias


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