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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Italiana de 12 anos foi escrava sexual em Portugal...

Italiana de 12 anos foi escrava sexual em Portugal

É a única menor da lista de 84 casos de tráfico de seres humanos no ano passado.

Francesca, com apenas doze anos, foi trazida de Itália para Portugal para ser explorada sexualmente. Foi salva por uma vizinha da casa de alterne onde a menor estava a ser escravizada. A senhora ligou para a Linha de Emergência Social e a GNR entrou em acção. Os suspeitos ainda não foram identificados pela força de segurança e por isso Francesca ainda está no nosso país. Encontra-se a viver num centro de acolhimento para vítimas de maus tratos. É a única menor na lista de 84 seres humanos traficados no ano passado, segundo Manuel Albano, coordenador nacional do plano de combate ao tráfico de seres humanos. "O que não quer dizer que seja o único caso de exploração sexual de menores, mas sim o único sinalizado", explicou ao DN.

Segundo dados a que o DN teve acesso, foram 84 os casos sinalizados (em investigação) em 2009 relativo a tráfico de seres humanos. E destes, a polícia conseguiu descobrir o que sucedeu em 41 situações, identificando os agressores e as vítimas.

Das 84 vítimas, 19 são homens, e as restantes são mulheres, sendo que a maioria trata-se de casos de exploração sexual, seguidos de exploração laboral e para coacção para prática de furtos.

Maria, de 28 anos, é outro dos casos registados em 2009. A brasileira foi obrigada a viver numa casa de alterne numa cidade do Norte de Portugal durante alguns meses. Da sua terra natal viajou para a Europa pela primeira vez no início do ano passado. Antes de chegar a Lisboa, passou pelo Leste e por Espanha.

Na segunda metade do ano passado, uma rusga feita no "local de trabalho" imposto salvou-a da vida de pressão e isolamento a que foi submetida. Maria foi seduzida por um relacionamento amoroso que acabou, mal saiu do Brasil.

As vítimas de tráfico são, na sua maioria brasileiras (44%) -33 casos - seguidas de 18 portuguesas e 12 romenas (ver infografia em baixo). Sendo que esta exploração foi consumada nos centros urbanos do País na maior parte dos casos.

Dos 19 registos em que os homens foram as vítimas, o Relatório de Segurança Interna (RASI ) deste ano registou o caso de um homem de 60 anos, português, levado para Espanha para exploração laboral . Segundo o mesmo documento, as mulheres e homens foram aliciados para "aventuras e relacionamentos amorosos", "propostas de trabalho irrecusáveis" e "ofertas para conclusão de estudos".

"Estas vítimas estavam a ser sujeitas a muita pressão e viviam em locais isolados sem grande comunicação", explica Manuel Albano. "E estavam integradas em redes que podem ser mais ou menos estruturadas, mas em Portugal a maioria são redes mais familiares", acrescenta a mesma fonte. "Geralmente existe mais do que um indivíduo envolvido no processo do tráfico", explica ao DN Joana Wrabetz, directora do Observatório do Tráfico de Seres Humanos.

O RASI relativo a 2009 explica ainda que os agressores registados são a maioria portugueses, seguidos de "romenos brasileiros, búlgaros, ucranianos e eslovacos".

Alguns dos casos de exploração sexual foram detectados através de rusgas a bares de alterne. "As forças e serviços de segurança fazem regularmente operações de fiscalização a estabelecimentos nocturnos", diz Joana Wrabetz.

No ano passado, oito elementos da máfia romena "Nicolae" foram também condenados por associação criminosa, tráfico de pessoas e lenocínio. O cabecilha foi sentenciado com 14 anos de prisão. Os dois portugueses envolvidos na rede, donos das pensões, saíram com pena suspensa por dois anos. Os sete agressores chegaram em 2003 da Roménia e traficaram 23 mulheres, três menores, que rendiam cerca de 200 euros por dia.

DN

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