A té ao dia 21 de Setembro, o centro histórico de Viseu vai continuar interdito à circulação automóvel, às sextas-feiras e sábados, entre as 21 e as duas horas. A medida, implementada há 15 dias, a título experimental, foi ontem acatada pelos comerciantes que a contestavam após uma reunião com Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal Viseu (CMV), da qual resultaram duas decisões fundamentais monitorizar, hoje e amanhã, o fluxo de clientes aos bares e restaurantes para aferir se há ou não quebras no negócio imputáveis à interdição, e preparar, em parceria, programas de animação para os próximos fins-de-semana.
"Discutimos tudo o que havia para discutir. Avaliámos os aspectos positivos e negativos da postura municipal, e concluímos que é preciso encontrar alternativas de animação para atrair as pessoas ao centro histórico. Um trabalho que iremos desenvolver em parceria com a autarquia", explicou no final da reunião Hilário Costa, dono de um restaurante no centro histórico, reconhecendo, no entanto, que a troca de opiniões ontem realizada "deveria ter acontecido antes de a medida proibitiva ter avançado".
Hilário Costa, porta-voz dos 17 estabelecimentos comerciais afectados pela interdição - a totalidade das empresas que abrem à noite -, reafirmou que os negócios, às sextas e sábados, sofreram quebras na ordem dos 50%. "Vamos monitorizar os fluxos, e contaremos, amanhã ou sábado, com a companhia do presidente da Câmara de Viseu para pulsarmos a situação", acrescentou.
O representante dos contestatários - que na última semana fecharam simbolicamente as portas dos estabelecimentos e colocaram cartazes de "vende-se" e "trespassa-se" em sinal de protesto -, reafirmou que os comerciantes "nunca se opuseram" à decisão de fechar o centro histórico aos automóveis, "desde que a medida seja conversada e definidas contrapartidas que catapultem as pessoas", concluiu Hilário Costa.
"Falta de comunicação". Foi assim que Jorge Azevedo, outro comerciante, classificou o 'braço de ferro' que nos últimos dias tem oposto as partes e impedido uma plataforma de entendimento.
Durante a manhã, na reunião do Executivo, os vereadores socialistas criticaram a maioria por ter tomado uma decisão sem falar com ninguém e sem garantir condições prévias ao nível das acessibilidades, horários e animação. "A Câmara deve recuar na decisão enquanto não assegurar estas contrapartidas", sugeriu o vereador socialista Miguel Ginestal.
Fernando Ruas recusou suspender a medida e avisou que, quando o funicular estiver a funcionar, o centro histórico ficará definitivamente sem carros, todos os dias, durante todo o ano.
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