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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Há 60 anos que vai à feira e ao almocito de enguias



Apenas com 11 anos, Manuel António começou a acompanhar o pai à Feira de S. Mateus, em Viseu, para vender bois, mas hoje, 60 anos depois, são outros animais que o levam ao secular certame as enguias. "É tradição vir cá comer as enguias, mas haja quem as pague", disse Manuel António à agência Lusa, durante uma visita à feira, lamentando que o preço deste petisco seja um "luxo" para os seus bolsos de agricultor. A feira de S. Mateus ou Feira Franca, nome ganho pelas regalias que teve em termos de impostos e que ainda hoje é muito usado, foi criada em 1392, pelo rei D. João I. Na memória de Manuel António existe desde que, com o pai e com os bois, percorria a pé os 10 quilómetros entre a freguesia de Santos Evos e o recinto da feira. "O meu pai criava bois de ano a ano. Era hábito os agricultores trazerem gado para a feira, a pé. Nós só tínhamos de fazer 10 quilómetros, mas outros vinham de muito mais longe", recordou. Agora, a venda de gado só é permitida no parque de gado de Rio de Loba, para onde costuma levar os animais que ainda cria. Na feira, só os stands pertencentes às lojas de animais têm bichos vivos, mas de companhia: cães, gatos, pássaros e peixes e outros mais exóticos, como as chinchilas e as iguanas. Há também ovelhas e cabras, mas de barro, compradas para enfeitar relvados. E há as enguias, tão apreciadas por Manuel António, servidas com batatas cozidas nas pequenas tascas que convivem, lado a lado, com os grandes pavilhões que servem cachorros quentes e hambúrgueres. Este petisco é o grande atractivo da feira para o agricultor, que ainda se lembra de pagar apenas 50 escudos para o poder saborear. "Costumo vir mais uns amigos, para fazer um almocito. Só que agora custam sete ou oito euros." Admitiu que não resistiu à tentação de comprar uma barrica de enguias, que custa 85 euros, para levar para casa, na barraca da Dona Zélia, cuja família já tem este negócio na feira há 67 anos. Manuel António gosta do aspecto renovado do recinto, situado à beira do Rio Pavia, após as obras de que beneficiou no âmbito do programa Polis. "Mudou muito desde há 60 anos, ai isso mudou", garantiu, apontando para os pavilhões da zona da restauração, onde há poucos anos eram frequentemente falados por problemas de higiene e que agora são novos, e para os arruamentos em pedra. Por isso, gosta de passear pelas várias zonas da feira. A 615ª edição da feira termina a 23 de Setembro, juntando gastronomia, música, folclore, arte, artesanato e um parque de diversões. Todos os anos é visitada por um milhão de pessoas.

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