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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Há cada vez mais notas falsas produzidas em casa...

Há  cada vez mais notas falsas produzidas em casa

No ano passado registaram-se 11 546 participações de passagem e contrafacção de moeda falsa, mais 2171 que em 2008. Imitações caseiras são mais difíceis de investigar

Há cada vez mais notas falsas produzidas em impressoras caseiras e a entrar em circulação sem que as autoridades cheguem ao seu autor. A conclusão é do Relatório Anual de Segurança Interna que constatou um aumento do crime de passagem e contrafacção de moeda falsa. Só no ano passado as autoridades receberam 11 546 participações, mais 2171 que no ano anterior.

De acordo com as conclusões do Sistema de Segurança Interna, a passagem de notas avulsas, entre as verdadeiras, é mais difícil de investigar. "Este tipo de criminalidade continua a assentar na elevada dispersão de agentes passadores nota a nota, beneficiando de adquirentes de boa fé e sem consciência da contrafacção", refere o documento.

Na maior parte dos casos, as notas falsas passam pelos estabelecimentos comerciais e a sua falsidade só é descoberta já nos bancos. Quando contactadas as autoridades, dificilmente se chega à primeira pessoa que terá usado a nota falsa. "Nestes casos, os resultados da investigação são muito reduzidos", conclui-se.

O director nacional da PJ, Pedro do Carmo, explicou ao DN que o número de participações é elevado porque é aberto um processo-crime a qualquer pessoa que tenha na sua posse uma nota falsa. Só quando se afasta a sua responsabilidade, o caso é arquivado.

Só no primeiro semestre de 2009, o Banco de Portugal detectou a existência de 4827 notas falsas. A nota de 50 euros é a que mais circula em Portugal: foram detectadas 2367 falsas:

A facilidade com que se falsificam e usam notas em estabelecimentos comerciais movimentados já levou muitos comerciantes a adoptarem sistemas de detecção de notas falsas. "Já há muitas discotecas que têm esse cuidado, até por causa dos tempos de crise. Não podemos esquecer que, neste caso, o cliente consome primeiro e paga depois", referiu ao DN Francisco Tadeu, responsável pela Associação Nacional de Discotecas Portuguesas.

Em cafés do Bairro Alto, Lisboa, também já há proprietários a usarem estes equipamentos, que através das lâmpadas de UV fazem um reconhecimento imediato das marcas florescentes apresentadas nas notas de euro.

O relatório que analisa os crimes cometidos em Portugal distingue os casos de passagem de moeda falsa (que aumentaram mais de 19,94 % em relação a 2008) dos casos de contrafacção de moeda (estes aumentaram 15,38 %). "Uma coisa é fazer as notas outra é passá-las", simplifica Pedro do Carmo.

Na contrafacção de moeda "estamos perante um número reduzido de casos, de que podem resultar apreensões de muitos exemplares, completos ou ainda por concluir", refere o relatório. São estes os números que engrossam o número de notas falsas apreendidas.

O responsável da PJ referiu ao DN que cada nota é analisada pelo Laboratório de Polícia Científica que, em colaboração com laboratórios forenses de outros países, tem já uma base de dados relativa às marcas da contrafacção. "É possível detectar pela marca que a contrafacção foi feita em determinado País. Por vezes, quando chega a Portugal, o grupo até já foi desmantelado", revela.

O negócio da contrafacção de moeda, segundo explica, funciona quase como o negócio da droga. "Há um detentor com grandes quantidades, que vende a outros detentores e assim sucessivamente. Até que as notas são naturalmente introduzidas isoladamente em circulação", refere.

Já as produções caseiras, feitas em menores quantidades e impressas a jacto de tinta, o controlo é mais difícil porque não há uma marca singular. "Estas imitações são de péssima qualidade, mas chegam à circulação", diz Pedro do Carmo. "Mesmo assim já detectámos casos desses", garante.

O relatório não revela o número de detidos, mas no ano anterior foram apanhados 39 suspeitos. Segundo a lei, a contrafacção de moeda é punível com pena de prisão de 3 a 12 anos.

No ano passado este foi o 13.º crime mais participado.

DN

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