Páginas

So faltam meses, dias, horas, minutos, e segundos para o ano 2012

Madeleine

Banner1
Click here to download your poster of support

Radio Viseu Cidade Viriato

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Chama olímpica cercada pelo fogo

Desde que a estátua de Zeus, uma das sete maravilhas do Mundo antigo, foi destruída pelas chamas, a única associação de Olímpia ao fogo tem sido proporcionada pelo ritual de acendimento da chama olímpica. Aí, a ignição é feita pelo Sol, algo que não aconteceu, tudo o indica, com o infernal incêndio que ontem ameaçou seriamente aquele sítio arqueológico, nascido de mãos criminosas. A ajuda internacional à Grécia, na qual Portugal se inclui com o envio de um avião Canadair, justifica-se em pleno, já que a vaga de incêndios, cujo balanço de mortos ultrapassou as cinco dezenas, é das mais graves dos últimos 150 anos, à escala planetária.


Das 56 mortes contabilizadas até ontem, 51 ocorreram na península do Peloponeso, tendo o balanço sido agravado pela descoberta de cinco corpos na ilha de Eubeia, a Norte de Atenas. E o luto nacional de três dias, decretado pelo Governo, pode vir a ser prolongado pelo adensamento da tragédia. "Estamos à beira da catástrofe nacional... é algo sem precedentes", desabafava Nikolaos Diamantis, porta-voz dos bombeiros.

A situação catastrófica e confusa, de que é paradigma o referido caso, em que os bombeiros tentavam salvar, simultaneamente, a aldeia de Olímpia e o sítio arqueológico, património da Humanidade velho de 30 séculos, parece mesmo resultar, em muitos casos, de fogo posto. O primeiro-ministro grego, Costas Caramanlis, não tem dúvidas a esse respeito. "Tantos incêndios, deflagrando simultaneamente em tantas regiões do país, não podem ser coincidência", disse, assegurando que "o Estado fará tudo o que puder para encontrar e punir os responsáveis". Lá como cá, os fogos alimentam a polémica política, com o líder da oposição, Giorgios Papandreu, a acusar o Governo de "falta de coordenação, incúria, ineficácia e negligência criminal".

Para já, um homem de 65 foi formalmente acusado de fogo posto e homicídio, devido ao incêndio que matou seis pessoas em Areopolis, na zona meridional do Peloponeso. Dois jovens foram, também, detidos, por suspeitas relacionadas com um incêndio que lavrou em Karvala, cidade costeira no Norte do país.

Missão de três dias

A cedência de um avião português, ontem anunciada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, surge na sequência de um contacto entre o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o homólogo grego. O Canadair partiu do Centro de Maios Aéreos de Seia, rumo à Base Aérea de Elefsis, perto de Atenas, e a missão tem duração prevista de três dias. Já em Julho um Canadair português esteve a combater incêndios no Peloponeso. Muitos outros países estão, também, a responder ao apelo de Atenas.

Desde que se faz o recenseamento dos incêndios florestais, ou seja, num período de século e meio, esta vaga de fogos é das mais mortíferas. Está, porém, longe de encabeçar a lista, lugar que cabe ao incêndio que, em 1871, matou de 800 a 1200 pessoas. Entre as maiores tragédias com fogos florestais contam-se, também, a ocorrida no Nordeste da China, em 1987 (119 mortos), ou o incêndio que, em 1949, matou, no Sul de França, 82 homens que o combatiam.

Sem comentários: