Foi em finais de Maio que as investigações do desaparecimento de Madeleine sofreram uma reviravolta, quando os cães da Polícia inglesa encontraram vestígios de sangue de uma pessoa morta, numa parede do quarto ocupado pelo casal McCann no Ocean Club, em Lagos. O trabalho policial, que até essa altura tinha sido dominado pela perspectiva de um sequestro, viu-se confrontado com um cenário completamente diverso, mas ficando sempre a dúvida sobre se o sangue pertenceria a Maddie.
De qualquer forma, a partir de Agosto, as poucas esperanças de encontrar a menina com vida começaram a esfumar-se de vez e a sua morte foi dada como praticamente certa. E, pela primeira vez, os pais da criança, Kate e Gerry, foram encarados como suspeitos de envolvimento no desaparecimento. A tese mais forte apontava para a hipótese de um acidente dentro do apartamento ocupado pela família britânica. A habitação foi alvo de intensos exames pelos técnicos da PJ, tendo-se chegado à conclusão de que alguém teria tentado limpar as manchas de sangue da parede.
As divergências entre os depoimentos dos McCann e os indícios recolhidos pela PJ fortaleceram a possibilidade de envolvimento do casal no desaparecimento da filha. Além disso, foi encontrado um segundo vestígio de sangue no apartamento do Ocean Club, desta vez numa cortina. Os vestígios detectados foram enviados para Inglaterrra. Um laboratório de Birmingham ficou com a responsabilidade de proceder às análises e detectar o ADN na amostra para verificar se o sangue pertence, de facto, a Madeleine McCann.
"Pensávamos que não éramos suspeitos", acabariam por afirmar Gerry e Kate, a 10 de Agosto, 100 dias depois do desaparecimento da filha. Em declarações aos jornalistas portugueses (concederam entrevistas separadas à RTP, à SIC e à TVI), garantiram desconhecer quaisquer informações sobre os vestígios de sangue e que pensaram ter sido descartados do rol de suspeitos logo nos primeiros dias da investigação.
Odor a cadáver na chave
Em finais do mês passado, os cães ingleses que estão a ajudar a PJ nas investigações acusaram um forte odor a cadáver na chave do carro usado pelos McCann, tendo detectado, também, sangue na mala do monovolume Renault Scenic. Uma situação que acabou por causar estranheza, uma vez que o casal apenas teve o automóvel várias semanas após o desaparecimento. A hipótese de "contaminação" de odores não foi posta de lado. A PJ já recebeu parte dos resultados das análises feitas pelo laboratório inglês.H.S.
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