Páginas

So faltam meses, dias, horas, minutos, e segundos para o ano 2012

Madeleine

Banner1
Click here to download your poster of support

Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 18 de agosto de 2007

Desemprego continua a crescer entre os trabalhadores do Norte

A praga tem um nome. Chama-se desemprego e atinge, neste momento, 440 500 portugueses, dos quais mais de 40 mil residem no Norte. Os dados, publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que em Abril, Maio e Junho deste ano, o desemprego em Portugal registava, face aos mesmos meses de 2006, um crescimento de 8,6%, o equivalente a mais 34 900 cidadãos sem trabalho. Feitas as contas, a taxa de desemprego no país situava-se, no último trimestre, em 7,9%, mais 0,6 pontos percentuais que no ano anterior.

Porém, se os números deste segundo trimestre forem comparados com os de Janeiro, Fevereiro e Março deste ano, então, indica o INE, assistiu-se a uma redução dos desempregados (6,3%), isto é, 29 400 pessoas conseguiram, nesse período, um posto de trabalho.

Declínio contínuo a Norte

As taxas de desemprego mais elevadas do país, observa o INE, foram registadas, no segundo trimestre deste ano, na região Norte (9,4% contra os 8,4% verificados em igual período de 2006), com mais de 41 mil indivíduos à procura de trabalho. Contudo, quando comparados os dados com os do primeiro trimestre deste ano (9,5%), verifica-se que houve, apenas, uma redução de 0,1 ponto percentual.

Depois do Norte, a região que mais desemprego registou foi a de Lisboa (9,0%) e a do Alentejo (8,8%). Em termos de comparações com o primeiro trimestre deste ano, as regiões onde a taxa de desemprego mais baixou foram as do Centro ( de 6,7% passou para 4,9%) e dos Açores (de 4,7% passou para 3,9%).

Drama com sexo e idade

O aumento homólogo da taxa de desempregados ficou a dever-se, mostram os dados do INE, ao aumento do número de mulheres desempregadas mais 32 700. O que significa que, neste segundo trimestre de 2007, a taxa de desemprego entre as mulheres se situava em 9,4%, contra a dos homens que era de 6,5%. Nos jovens com idades entre os 15 e os 24 anos a taxa de desemprego era de 15,3% no período em análise.

O INE indica que a situação de desemprego estabilizou entre os desocupados com o ensino secundário e pós-secundário, mas aumentou entre aqueles que possuem o ensino básico ou superior. De igual modo, aumentou o desemprego dos que procuram um novo trabalho (mais 31 100), situação justificada pelo desemprego no sector dos serviços.

Reacções críticas

Os números do INE não agradaram à CGTP, que lembrou que "a juntar à difícil situação em que vivem os mais de 440 mil desempregados, há agora quase 864 mil trabalhadores com trabalhos precários".

Também o PSD não deixou passar em branco os dados oficiais. Miguel Frasquilho, o porta-voz do partido, destacou que a subida homóloga (de 7,3% para 7,9%) representa "o aumento da deterioração das condições" da economia portuguesa.

"Isto está cada vez pior"

Marco Silva, desempregado

Marco Silva foi delegado sindical na fábrica da Cuca, em Moreira de Cónegos. Está sem trabalho há mais de um ano. "Bem procuro, mas isto está cada vez pior", diz o desempregado. "Acabamos sempre por bater às mesmas portas, sem resultado. No têxtil, já nem vale a pena. Além de estar mal, ninguém quer pessoas com a minha idade". Mudar de actividade também não está a resultar. "Já tentei ir para o ramo da pastelaria, mas as empresas não querem admitir alguém que, aos 37 anos, não sabe da arte e tem de aprender. Querem pessoas com 18, 20 anos, até porque há ajudas para contratação de jovens". Marco vive em Lordelo, zona fustigada por falências e desemprego. É casado e tem uma filha. A mulher trabalha na têxtil, mas "só uma pessoa a trabalhar não dá para sustentar a família". O subsídio de desemprego termina a 14 de Dezembro, pelo que, se até ao final de Setembro não conseguir nada, admite emigrar.

Sem comentários: