Os proprietários de bares e restaurantes com porta aberta no centro histórico de Viseu desconheciam, ao final da tarde de ontem, se a autarquia iria ou não levantar a interdição à circulação automóvel, entre as 21 e as duas da manhã das sextas e sábados, em vigor há oito dias naquela zona da cidade.
A expectativa radicava no abaixo-assinado a reclamar a suspensão da medida, subscrito por dezena e meia de empresários, entregue na autarquia no início da semana. "Até este momento [meio da tarde], ainda não fomos informados de nada", lamentou Adão Ramos, gerente do "Água Benta" e "Irish Bar".
A manter-se a posição tomada pela autarquia viseense, os proprietários de estabelecimentos de restauração e similares, com porta aberta durante a noite, ameaçam revelar, hoje, medidas de retaliação contra o que dizem ser uma "decisão unilateral" da autarquia. Quais? - "Logo se saberá", avança Adão Ramos.
O empresário explica que o movimento das sextas-feiras e sábados representa 50% da facturação da semana, e garante que as quebras no negócio são insuportáveis. "Não vale a pena continuarmos a apostar nesta zona da cidade, se nos dias mais fortes, em pleno Agosto - altura do ano que daria para salvar o movimento fraco dos restantes meses -, impedirem os carros de vir ao centro histórico", lamenta
Adão Ramos recorda que em 2003, quando foi lançada idêntica medida, a título experimental, a autarquia "compreendeu o nosso problema e suspendeu a deliberação com a promessa de estudar connosco as melhores soluções", recorda, sem poupar críticas à recente decisão tomada sem "auscultação prévia dos interessados". "Este ano, sem que algo tenha sido feito ou combinado connosco, fomos confrontados com a mesma decisão. Sentimo-nos traídos", critica.
"Ao contrário do que sucede em Espanha, onde uma cultura enraizada leva os cidadãos a percorrer a pé o centro urbano, em Viseu as pessoas, ao serem impedidas de vir com o carro ao centro histórico, quanto mais não seja para deixar os passageiros, vão-se embora. Quem sofre somos nós", diz o empresário, que considera que a interdição só será viável quando o funicular que ligará o campo de Viriato à Sé estiver a funcionar, houver estacionamentos próximos e o minibus funcionar à noite.
"A circulação automóvel não prejudica ninguém e traz gente ao centro histórico", diz Sérgio Trindade, do Áfrika Caffé.
Os responsáveis pelo restaurante Tia Iva - um ícone no centro histórico -, reconhece que a decisão da Câmara de Viseu está em fase de avaliação, mas teme resultados negativos. "Este ano ainda não deu para avaliar. Mas em 2003, quando a medida foi lançada a título experimental, houve quebras muito grandes no negócio", reconhece Afonso Luís.
A interdição é garantida pela Polícia Municipal que, pelas 21 horas das sextas-feiras e sábados, coloca grades nos três acessos principais ao centro histórico rua do Comércio, calçada Doutor Domingos e avenida Emídio Navarro.
Reacção da Câmara
Américo Nunes, vice-presidente da Câmara de Viseu, desconhecia, por estar em férias, se a interdição iria ou não ser levantada. Lembrou, contudo, que a medida foi tomada em consonância com a Associação dos Comerciantes e de muitos empresários ali instalados. "Ao cair da noite não há lugares de estacionamento naquela zona. Para quê chamar mais carros? É um falso problema", diz. não conseguiu falar com presidente Fernando Ruas.
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