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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

VISEU - Criancas da comunidade Ucraniana aprendem...

A comunidade ucraniana instalou-se, há vários anos, em Portugal e, neste momento, é a segunda maior do país. Em Viseu, o número de imigrantes ucranianos já ultrapassa os 850, o que levou a Cáritas Diocesana a ceder um espaço para que as crianças aprendam a sua língua materna

Catarina Tomás Ferreira
Desde o início do ano que as instalações da Cáritas Diocesana de Viseu acolhem uma pequena escola para crianças filhas de pais ucranianos. O objectivo é ensinar a língua materna aos que já nasceram em Portugal e frequentam as escolas portuguesas, mantendo-os em contacto com a sua cultura de origem.


Segundo dados de 2008 do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, esta é a segunda comunidade mais numerosa, não só em Portugal, mas também no distrito de Viseu, onde já residem 873 ucranianos (563 homens e 310 mulheres). 


Por isso, os elementos desta comunidade, residentes no concelho de Viseu, sentiram necessidade de encontrar um espaço onde os seus filhos pudessem aprender a língua materna. A "escolinha" funciona aos sábados, das 9h00 às 17h00, no ATL da Cáritas, onde 16 crianças praticam a oralidade e a escrita com a ajuda de dois professores, também ucranianos. 


A iniciativa partiu do Núcleo de Viseu da Associação de Ucranianos em Portugal, que pediu à Câmara um espaço para desenvolver esta actividade. Em colaboração com a Cáritas, esse local foi encontrado na Rua Alexandre Herculano e a "escolinha" está activa desde o passado dia 2.


O presidente da Cáritas de Viseu, José Borges, explicou ontem ao Diário de Viseu que a única tarefa da associação foi ceder o ATL "uma sala confortável, para poderem fazer as suas actividades e aprender a sua língua". "O que as crianças sabem é o que praticam com os pais, mas só ao fim-de-semana é que estão mais com elas. Um dia, podem querer regressar à Ucrânia e, assim, já lá chegam a saber falar a língua", sustentou.


Nas palavras de José Borges, esta é uma comunidade que "trabalha bem. São pessoas com habilitações académicas de formação superior e que fazem todo o tipo de trabalho", pelo que "trouxeram uma mais-valia para o concelho".


A Cáritas já tem colaborado com os ucranianos noutras ocasiões como, por exemplo, na organização de acções para o Dia do Imigrante e no apoio à sua integração. A associação dispõe de um Centro Local de Apoio ao Imigrante, onde presta apoio social, trata de documentos para legalizações e acreditações (no caso de licenciados que querem exercer a sua profissão em Portugal) e contacta os serviços necessários. 


Ajuda ainda os imigrantes no reagrupamento familiar, ao tentar trazer os familiares dos que já cá estão; tenta resolver problemas de saúde, de trabalho e com a segurança social. No ano passado, auxiliaram 103 ucranianos. De acordo com o presidente da Cáritas, há apenas "um caso ou outro" em situação de carência, em que foi preciso entregar bens alimentares e roupas. "Os que estão integrados no concelho estão estabilizados", não necessitando de muitos cuidados. A nível nacional, os imigrantes de todas as nacionalidades dispõem de um número que lhes permite esclarecer dúvidas e obter informações na sua língua materna. Quando um imigrante se dirige a uma repartição pública e não percebe o que lhe está a ser dito, pode contactar o número 808 257 257 - Serviço de Tradução Telefónica - e a tradução é feita imediatamente, permitindo a comunicação entre os dois interlocutores.

Missa
em ucraniano
Ivan Babchuk é um padre ucraniano que vive em Portugal há oito anos. Todos os domingos, cerca de 40 fiéis deslocam-se à Igreja Nova de Viseu para a habitual Eucaristia, celebrada em ucraniano.


A paróquia de Aguiar da Beira integrou este padre que também celebra missa, de 15 em 15 dias, em São Pedro do Sul e mensalmente em Águeda. "Agora temos menos pessoas a assistir à missa, porque muitos saíram daqui para ir trabalhar para Espanha e outros fazem transportes", referiu ontem o padre Ivan Babchuk.


Apesar de o português ainda não ser correcto, é bem perceptível, o que faz com que o sacerdote celebre missas também em português. Fátima já é uma referência para os ucranianos, havendo pelo menos um encontro anual, no último domingo de Junho, dirigido a toda a comunidade ucraniana em Portugal.


Ivan Babchuk elogiou a criação da "escolinha", porque as crianças já misturam as duas línguas e, assim, é uma forma de terem um contacto mais próximo com a língua do país de origem.
Outrora a trabalhar na construção civil, o padre ucraniano diocesano católico de rito bizantino está a tempo inteiro nas paróquias que lhe foram atribuídas. Esta religião, praticada por 15 por cento da população na Ucrânia é, em quase tudo, parecida com o catolicismo praticado maioritariamente em Portugal. As diferenças estão nos ritos e nas tradições.



Os católicos de rito bizantino seguem o calendário juliano (em vez do gregoriano) e, por isso, celebram os dias santos 13 dias depois dos estipulados em Portugal. Por exemplo, o Natal é celebrado no dia 7 de Janeiro e não no dia 25 de Dezembro. 




Também fazem uma ceia em família na véspera de Natal, no entanto, na Páscoa não fazem as visitas a casa das pessoas (aqui na região por estarem muito espalhados), mas juntam os fiéis na Igreja e abençoam a comida que todos levam para a celebração.  




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