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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Parabéns, Astérix!...


Há exactamente 50 anos, a 29 de Outubro de 1959, surgia nas bancas francesas a revista "Pilote".


Nela, fazia a sua estreia um certo Astérix, que viria a tornar-se um dos mais conhecidos heróis de banda desenhada de sempre.


foto Direitos reservados
Parabéns, Astérix!

À partida, nada o parecia indicar. O titular da série era baixo, pouco vistoso e mais astuto do que inteligente. Ao seu lado, caminhava um gigante desajeitado, sempre com um menir - um calhau! - às costas, incapaz de controlar a sua força excessiva.


Na sua aldeia, habitavam um chefe com pouca autoridade, um peixeiro com horror a peixe fresco, um bardo com voz de cana rachada, um ferreiro que usava o martelo mais para bater neste último do que para trabalhar na forja e diversos outros exemplos a não seguir. A isto há que acrescentar que todos tinham nomes acabados em "ix" e que sistematicamente andavam à pancada entre si, excepto quando se entretinham a bater nos romanos entrincheirados nos campos fortificados que rodeavam a sua aldeia.


E a tiragem do primeiro álbum - "Astérix o Gaulês" (1961) - de apenas seis mil exemplares, parecia confirmá-lo. No entanto, a sucessão de novas aventuras, o apuramento gráfico de Uderzo, um desenhador de eleição, com as suas personagens arredondadas e de nariz grande e um notável sentido de ritmo e de movimento, e o humor inteligente e irresistível de Goscinny, pouco a pouco foram conquistando leitores, fazendo com que "Astérix e Cleópatra" (1965) já tirasse 100 mil exemplares, e dois anos depois, "Astérix e os Normandos" ultrapassasse o milhão de exemplares.


As bases do sucesso foram os vários níveis de leitura presentes na obra, cativante para os mais novos pelas sucessivas tareias que os gauleses davam nos romanos, e para os mais velhos pela mordaz crítica social e de costumes, pelo divertido retrato estereotipado que Goscinny traçou de cada um dos povos dos países que Astérix visitou.


Quando Goscinny faleceu em 1977, muitos pensaram que tinha chegado o fim do pequeno guerreiro gaulês, mas após um período de reflexão, Uderzo decidiu assumir integralmente a criação de Astérix e, se a qualidade dos argumentos se ressentiu disso, o hábil gestor que ele se revelou, multiplicando os produtos de merchandising, criando um parque temático e apostando no audiovisual, onde se contam sete filmes de animação e três longas-metragens com actores como Christian Clavier, Gérard Deperdieu, Roberto Benigni, Laetitia Casta ou Mónica Bellucci, fez com que as vendas disparassem - a tiragem global de "O céu cai-lhe em cima da cabeça" (2005) foi de 8 milhões - transformando Astérix numa marca apetecida que gera mais de 12 milhões de euros anuais.


Mas isso, são outras histórias. As que interessam hoje, são aos quadradinhos: 35 álbuns, mais de 1500 pranchas, que esta data convida a (re)ler e (re)descobrir, com a garantia de boas gargalhadas, momentos bem passados e um alegre banquete final, com javali assado e sem a voz do bardo a desafinar.


Entretanto, se o ponto alto das comemorações dos 50 anos de Astérix e Obélix foi o lançamento do novo álbum, muitas outras manifestações assinalam a data, entre as quais um enorme Astérix desenhado no céu pela célebre esquadrilha da Patrouille de France.


No passado dia 22 foi levado à cena o espectáculo musical "Le Tour de Gaule Musical d'Astérix", estão patentes exposições alusivas no Museu de Cluny, em Paris (até 3 de Janeiro de 2010) e no Festival Quais des Bulles (até 15 de Novembro) e hoje os irredutíveis gauleses invadirão (pacificamente) Lutécia, que é como quem diz Paris. Em Dezembro, os correios franceses emitem um bloco com selos com Astérix.


Por cá, a Embaixada de França e as Edições ASA promovem hoje, às 19 horas , um cocktail, durante o qual Júlio Isidro apresentará o novo álbum, e o Amadora BD 2009 tem patente até 8 de Novembro uma exposição de objectos de colecção relacionados com Astérix.


Presença do guerreiro em Portugal


Estreou-se no "Foguetão"


Astérix estreou-se em Portugal a 4 de Maio de 1961, a preto e branco, no nº 1 da revista "Foguetão", dirigida por Adolfo Simões Muller que já tinha estreado Tintin entre nós. O herói gaulês passou também pelas páginas do "Cavaleiro Andante" e do "Zorro", antes de se fixar na "Tintin", em 1968. Um ano antes, a Bertrand editara o seu primeiro álbum em português.


Em mirandês Entre as 107 línguas e dialectos em que Astérix está traduzido conta-se o mirandês, com dois álbuns: "Astérix L Gaulês" e "L Galáton" (Astérix o gaulês e O Grande Fosso).


Personagens rebaptizadas


A entrada de Astérix no catálogo da ASA, em 2005, ficou marcada por uma nova tradução que apresentava como principal novidade o facto de as personagens, com excepção de Astérix, Obélix e Panoramix, terem passado a ter nomes "portugueses": Idéfix passou a Ideiafix, o chefe Abraracourcix foi rebaptizado de Matasétix, a sua mulher Bonemine como Boapinta, o bardo Assurancetourix como Cacofonix e o velho Agecanonix tornou-se Decanonix.


Portugueses em história


Em "O Domínio dos Deuses" (1971), entre os escravos dos romanos, vêem-se cinco portugueses, designados por iberos ou lusitanos, os únicos especificamente citados na série.



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