Estudo genético de 22 corpos com 7100 anos de uma das primeiras comunidades agrícolas da Europa mostrou que eram oriundos do Médio Oriente
O enigma subsistia há muito e, à falta de certezas, antropólogos e arqueólogos aceitavam como boa a tese de que os primeiros agricultores europeus emergiram há cerca de oito mil anos entre as populações de caçadores-recolectores que por aqui andavam e que aprenderam rapidamente a lavrar a terra, misturando-se com os agricultores vindos do leste. Mas, afinal, não terá sido bem assim.
Um estudo genético publicado ontem na revista científica PloS Biology mostra que esses primeiros agricultores europeus eram mesmo oriundos do Médio Oriente. Foi depois, a pouco e pouco, que se misturaram com as populações que já existiam no continente europeu.
Um grupo internacional de investigadores coordenado por especialistas no estudo de ADN (informação genética) antigo da universidade australiana de Adelaide analisou o ADN de 22 corpos com mais de 7100 anos, provenientes de túmulos adjacentes a uma das primeiras comunidades agrícolas europeias, que foi descoberta junto a Derenberg, perto de Berlim.
O facto de estarem disponíveis amostras de 22 indivíduos permitiu caracterizar geneticamente, com um rigor sem precedentes, uma única comunidade, reforçando assim os resultados do estudo.
Nas suas análises, os investigadores usaram o ADN mitocondrial (que existe numa estrutura celular chamada mitocôndria e que apenas é transmitido por via materna). Este tipo de material genético é muito utilizado nestes estudos por duas razões: primeiro porque permite realizar muito mais cópias do material genético do que o ADN nuclear (contido no núcleo da célula) e depois porque é possível fazer comparações utilizando toda a sequência do genoma mitocondrial.
"Resolvemos finalmente o enigma de quem foram os primeiros agricultores na Europa. Eles eram invasores que vinham do Médio Oriente com ideias revolucionárias e não as populações do Neolítico de caçadores-recolectores que já viviam nesta região", explicou o coordenador do estudo, Wolfgang Haak, da Universidade de Adelaide.
"Conseguimos utilizar novos métodos de obtenção de ADN antigo para construir um perfil genético muito pormenorizado desta população agrícola primitiva e percebemos que esse perfil é radicalmente diferente do perfil genético das populações nómadas que já existiam na Europa", sublinhou o mesmo investigador.
Além desta novidade, o estudo permitiu ainda estabelecer a potencial rota que estes agricultores do Leste tomaram através da Europa.
De acordo com estudo ontem publicado, eles vieram do Médio Oriente e da Anatólia, onde a agricultura nasceu há 11 mil anos, através do sudeste europeu e da actual Hungria até à Europa central. E daí para o sudoeste europeu.
DN
Um estudo genético publicado ontem na revista científica PloS Biology mostra que esses primeiros agricultores europeus eram mesmo oriundos do Médio Oriente. Foi depois, a pouco e pouco, que se misturaram com as populações que já existiam no continente europeu.
Um grupo internacional de investigadores coordenado por especialistas no estudo de ADN (informação genética) antigo da universidade australiana de Adelaide analisou o ADN de 22 corpos com mais de 7100 anos, provenientes de túmulos adjacentes a uma das primeiras comunidades agrícolas europeias, que foi descoberta junto a Derenberg, perto de Berlim.
O facto de estarem disponíveis amostras de 22 indivíduos permitiu caracterizar geneticamente, com um rigor sem precedentes, uma única comunidade, reforçando assim os resultados do estudo.
Nas suas análises, os investigadores usaram o ADN mitocondrial (que existe numa estrutura celular chamada mitocôndria e que apenas é transmitido por via materna). Este tipo de material genético é muito utilizado nestes estudos por duas razões: primeiro porque permite realizar muito mais cópias do material genético do que o ADN nuclear (contido no núcleo da célula) e depois porque é possível fazer comparações utilizando toda a sequência do genoma mitocondrial.
"Resolvemos finalmente o enigma de quem foram os primeiros agricultores na Europa. Eles eram invasores que vinham do Médio Oriente com ideias revolucionárias e não as populações do Neolítico de caçadores-recolectores que já viviam nesta região", explicou o coordenador do estudo, Wolfgang Haak, da Universidade de Adelaide.
"Conseguimos utilizar novos métodos de obtenção de ADN antigo para construir um perfil genético muito pormenorizado desta população agrícola primitiva e percebemos que esse perfil é radicalmente diferente do perfil genético das populações nómadas que já existiam na Europa", sublinhou o mesmo investigador.
Além desta novidade, o estudo permitiu ainda estabelecer a potencial rota que estes agricultores do Leste tomaram através da Europa.
De acordo com estudo ontem publicado, eles vieram do Médio Oriente e da Anatólia, onde a agricultura nasceu há 11 mil anos, através do sudeste europeu e da actual Hungria até à Europa central. E daí para o sudoeste europeu.
DN
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