Pedro Baptista espera conseguir fazer um transplante em humanos daqui a cinco a dez anos. Hepatologistas dividem-se quanto à funcionalidade do órgão agora criado
Um investigador português é o líder da equipa que promete revolucionar o transplante de fígado. Pedro Baptista criou pela primeira vez em laboratório um fígado humano. Para já só tem 2,5 centímetros e pesa pouco mais de cinco gramas, mas o objectivo agora passa por descobrir a fórmula para o fazer crescer.
"Se as coisas correrem bem nas experiências com os ratos, ou seja, se o órgão tiver a função que nós esperamos, então começaremos a tentar aumentar o seu tamanho e o transplante numa espécie maior", explicou Pedro Baptista, que publicou a sua investigação no jornal Hepatology. O investigador realçou ainda que "este é um passo importante para os doentes porque são os primeiros fígados alguma vez feitos em laboratório que têm a função de um fígado humano".
Pedro Baptista, de 33 anos, está a trabalhar nos Estados Unidos, no Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte. Este instituto tem-se destacado nesta área e foi nos seus laboratórios que foi criado o primeiro órgão implantado em humanos, nomeadamente, a bexiga.
Com o problema de falta de órgãos para transplante a aumentar, com grande incidência no fígado, "esta descoberta de Pedro Baptista é muito relevante" na opinião do médico Manuel Guilherme Macedo. O hepatologista espera que se torne realidade o objectivo de criar um fígado que possa ser transplantado, mas salientou que já houve projectos em que houve grande entusiasmo mas que depois não se concretizaram.
"Com este avanço passa a existir um modelo para que se possa testar a toxicidade de novos fármacos no fígado. Será uma forma de optimizar esta investigação", disse ao DN o especialista. Isto é, pode ser uma forma de evitar testes em humanos e Pedro Baptista confirma que este é um dos primeiros objectivos da sua investigação, já que o ter um fígado pronto para transplante pode demorar cinco a dez anos, na perspectiva do português.
"Para o metabolismo de drogas e de toxicidade de químicos faz mais sentido usar este tipo de tecido, com células humanas, do que os tecidos de células animais, porque nem sempre os órgãos animais metabolizam as drogas e os químicos da mesma maneira do que os humanos", referiu o investigador de 33 anos.
O hepatologista Rui Tato Marinho mostra-se mais céptico quanto à possibilidade de se conseguir criar um fígado para ser transplantado, mas referiu ao DN que esta investigação poderá ser importante para ajudar os doentes a ganharem tempo enquanto esperam pelo transplante de um órgão verdadeiro (ver entrevista).
Mas Pedro Baptista avisou em declarações à Lusa: "Enquanto não tentar o transplante, que é o que estou a fazer, não vou arredar pé daqui [do instituto]."
DN
"Se as coisas correrem bem nas experiências com os ratos, ou seja, se o órgão tiver a função que nós esperamos, então começaremos a tentar aumentar o seu tamanho e o transplante numa espécie maior", explicou Pedro Baptista, que publicou a sua investigação no jornal Hepatology. O investigador realçou ainda que "este é um passo importante para os doentes porque são os primeiros fígados alguma vez feitos em laboratório que têm a função de um fígado humano".
Pedro Baptista, de 33 anos, está a trabalhar nos Estados Unidos, no Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte. Este instituto tem-se destacado nesta área e foi nos seus laboratórios que foi criado o primeiro órgão implantado em humanos, nomeadamente, a bexiga.
Com o problema de falta de órgãos para transplante a aumentar, com grande incidência no fígado, "esta descoberta de Pedro Baptista é muito relevante" na opinião do médico Manuel Guilherme Macedo. O hepatologista espera que se torne realidade o objectivo de criar um fígado que possa ser transplantado, mas salientou que já houve projectos em que houve grande entusiasmo mas que depois não se concretizaram.
"Com este avanço passa a existir um modelo para que se possa testar a toxicidade de novos fármacos no fígado. Será uma forma de optimizar esta investigação", disse ao DN o especialista. Isto é, pode ser uma forma de evitar testes em humanos e Pedro Baptista confirma que este é um dos primeiros objectivos da sua investigação, já que o ter um fígado pronto para transplante pode demorar cinco a dez anos, na perspectiva do português.
"Para o metabolismo de drogas e de toxicidade de químicos faz mais sentido usar este tipo de tecido, com células humanas, do que os tecidos de células animais, porque nem sempre os órgãos animais metabolizam as drogas e os químicos da mesma maneira do que os humanos", referiu o investigador de 33 anos.
O hepatologista Rui Tato Marinho mostra-se mais céptico quanto à possibilidade de se conseguir criar um fígado para ser transplantado, mas referiu ao DN que esta investigação poderá ser importante para ajudar os doentes a ganharem tempo enquanto esperam pelo transplante de um órgão verdadeiro (ver entrevista).
Mas Pedro Baptista avisou em declarações à Lusa: "Enquanto não tentar o transplante, que é o que estou a fazer, não vou arredar pé daqui [do instituto]."
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