Animais gelatinosos aproveitam-se das alterações climáticas para se reproduzirem
Se parte importante da biodiversidade mundial é ameaçada pelas alterações climáticas, outra espécie parece estar a beneficiar das mudanças na natureza: as medusas, mais conhecidas em Portugal como alforrecas. Um estudo de investigadores ingleses e irlandeses demonstra que os gelatinosos animais aquáticos da família dos cnidários reproduzem-se com o aquecimento das águas dos mares, mas também tiram proveito do desaparecimento dos peixes que são vítimas da pesca intensiva.
Os investigadores recolheram de forma sistemática amostras no mar da Irlanda desde 1970 e detectaram um aumento de material de cnidários desde essa data, com especial impacto entre 1982 e 1991. Uma das causas apontadas pela equipa é desde logo o desaparecimento de alguns dos principais predadores, a que se associa o aquecimento das águas.
Segundo o instituto de meteorologia britânico, "os mares da região Nordeste do Atlântico têm aquecido nos últimos 15 anos a um nível sem precedentes nos últimos séculos". A isto somam-se indicadores que mostram que a pesca comercial praticada durante o século passado produziu alterações no mar da Irlanda.
"À sobreexploração de arenque no final da década de 1970, por exemplo, seguiu-se um período de instabilidade no ecossistema durante os anos 80, em que o crescimento de material de cnidários atingiu níveis elevados, o que indica um surto de alforrecas", explica a equipa científica.
Mudanças que levam a temer que no futuro os oceanos sejam dominados por medusas, ou aquilo a que em Portugal se chama alforrecas. Seres que, nas palavras de Christopher Lynam, co-autor do estudo, "se conseguem reproduzir rapidamente e adaptar a condições novas".
A concretizar-se o pior cenário podemos vir a ter aquilo que os cientistas intitulam de "passeio interminável de alforrecas", situação em que as criaturas se estabelecem de tal forma "que torna quase impossível a reposição das comunidades de peixe que são pescadas".
Cenário que já foi visto parcialmente no mar do Norte ou no mar Negro, onde as colónias de peixes desceram consideravelmente e levaram a uma abundância de alforrecas. Nestes casos, foram introduzidas rapidamente medidas de limitação de pesca que permitiram a recuperação das espécies. Noutros casos, as próprias alforrecas mataram colónias de peixes, como aconteceu numa cultura de salmões no mar da Irlanda.
Mas para Christopher Lynam, ainda não há dados suficientes que confirmem este cenário, até porque "temos um grande conjunto de ligações entre causas que tem de ser feito, pelo que ainda só temos uma imagem vaga neste momento".
Mas, ainda assim, com os dados que os investigadores já analisaram, " a temperatura da água é a variável mais importante, que parece de facto estar a beneficiar as alforrecas".
DN
Os investigadores recolheram de forma sistemática amostras no mar da Irlanda desde 1970 e detectaram um aumento de material de cnidários desde essa data, com especial impacto entre 1982 e 1991. Uma das causas apontadas pela equipa é desde logo o desaparecimento de alguns dos principais predadores, a que se associa o aquecimento das águas.
Segundo o instituto de meteorologia britânico, "os mares da região Nordeste do Atlântico têm aquecido nos últimos 15 anos a um nível sem precedentes nos últimos séculos". A isto somam-se indicadores que mostram que a pesca comercial praticada durante o século passado produziu alterações no mar da Irlanda.
"À sobreexploração de arenque no final da década de 1970, por exemplo, seguiu-se um período de instabilidade no ecossistema durante os anos 80, em que o crescimento de material de cnidários atingiu níveis elevados, o que indica um surto de alforrecas", explica a equipa científica.
Mudanças que levam a temer que no futuro os oceanos sejam dominados por medusas, ou aquilo a que em Portugal se chama alforrecas. Seres que, nas palavras de Christopher Lynam, co-autor do estudo, "se conseguem reproduzir rapidamente e adaptar a condições novas".
A concretizar-se o pior cenário podemos vir a ter aquilo que os cientistas intitulam de "passeio interminável de alforrecas", situação em que as criaturas se estabelecem de tal forma "que torna quase impossível a reposição das comunidades de peixe que são pescadas".
Cenário que já foi visto parcialmente no mar do Norte ou no mar Negro, onde as colónias de peixes desceram consideravelmente e levaram a uma abundância de alforrecas. Nestes casos, foram introduzidas rapidamente medidas de limitação de pesca que permitiram a recuperação das espécies. Noutros casos, as próprias alforrecas mataram colónias de peixes, como aconteceu numa cultura de salmões no mar da Irlanda.
Mas para Christopher Lynam, ainda não há dados suficientes que confirmem este cenário, até porque "temos um grande conjunto de ligações entre causas que tem de ser feito, pelo que ainda só temos uma imagem vaga neste momento".
Mas, ainda assim, com os dados que os investigadores já analisaram, " a temperatura da água é a variável mais importante, que parece de facto estar a beneficiar as alforrecas".
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