Historia da Caneta BIC
Em Portugal há 50 anos, a famosa caneta ficou na memória graças ao famoso anúncio de TV ainda trauteado por muitos
Poucos são os objectos que podem gabar-se de ter estatuto de obra de arte e estar expostos em museus. A famosa caneta BIC Cristal pode uma vez que está patente no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque (MoMA), e no Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou, em Paris, graças à sua história, de 60 anos, carregada de inovação e sucesso.
Segundo dados da empresa, a cada dia, a BIC vende 24 milhões de artigos de papelaria, 5 milhões de isqueiros e 10 milhões de produtos para barbear. Em 2010, a que a empresa chamou "um ano muito bom", facturou 1,8 mil milhões de euros, mais 5,9% do que em 2009. O material de escritório, em que se incluem as esferográficas, totalizou 580,7 milhões de euros (+14,0% do que em 2009), os isqueiros 480,8 milhões (+20,5%) e as máquinas de barbear 307,8 milhões (+14,5%).
Criada há 60 anos pelo barão Marcel Bich - que se juntou a Edouard Buffard, em 1945, na fundação da fábrica de artigos para escrita, em Clichy, em França -, a esferográfica BIC Cristal é ainda hoje um best seller, competindo com marcas como Faber-Castel, Stabilo, Uniball, Molin, entre muitas outras que entretanto surgiram.
A Portugal chegou há sensivelmente meio século, com um dos anúncios publicitários de TV - locução de Helena Wolmar e Paulo Alexandre - a ficar na memória de gerações de portugueses.
Mas foi a partir da observação da velocidade de escrita das novas canetas que iam surgindo, nos anos 40 do século passado, que Bich decidiu lançar uma caneta do género e, sobretudo, barata. Para tal, comprou a patente desenvolvida pelo húngaro Laszlo Biro (1899-1985), iniciando a procura da fórmula perfeita para a tinta, bem como o encaixe exacto entre a esfera e o tubo de tinta, utilizando as técnicas dos relojoeiros suíços.
Segue-se um trabalho intenso, com o capital da empresa várias vezes em risco. O primeiro produto, BIC Cristal como lhe chamou o seu criador, saiu da fábrica em Dezembro de 1950, custava 0,50 francos franceses e era recarregável.
Mas o modelo de produção em série só surgiu no ano seguinte, com 10 mil canetas BIC Cristal a serem vendidas diariamente logo no primeiro ano. Actualmente, vários milhares são vendidos todos os dias. Os últimos números conhecidos (2005) dão conta de 100 mil milhões de canetas vendidas.
A BIC Cristal tornou-se rapidamente numa exportação importante, ao viajar até à Bélgica (1951), Itália (1954), Brasil (1956), Reino Unido, África do Sul e Pacífico Sul (1957). Só em 1958 se lançou à conquista dos EUA.
Outro dos factores que contribuíram para o sucesso da BIC foi a aposta de Bich na publicidade, rodeando-se de designers e artistas gráficos conceituados como Raymond Savignac, que criou a conhecida campanha "A ponta BIC gira e gira" ("Elle court elle court la pointe BIC"), em 1952, e o menino de escola "bic boy", em 1960, pequeno rapaz com uma cabeça em forma de esfera. E para assinalar o seu 60.º aniversário, a BIC lança agora uma edição especial - pacote com uma BIC Cristal dourada (tinta azul) e uma BIC Cristal prateada (tinta preta).
"Para a vida", aplaudem os seus muitos coleccionadores...
Anuncio da BIC
DN
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