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Radio Viseu Cidade Viriato

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

LISBOA - Recolha de assinaturas...

Não muito depois do ministro da Defesa, Luís Amado, ter defendido, em Londres, a necessidade de travar «uma batalha» para explicar à opinião pública a importância da presença de tropas no Afeganistão, um grupo de pessoas garantia, na Baixa de Lisboa, que essa é uma guerra «perdida» há muito, porque a opinião pública não compreende a outra, que se combate no país dos talibã, há oito anos.

Manuel Baptista, membro da plataforma PAGAN, explicou que a iniciativa - que se realizou no mesmo dia em que na capital britânica se reuniram governantes de 60 países para discutir o futuro do Afeganistão - tem como finalidade «inaugurar a campanha de rua» de recolha de assinaturas link externo contra a presença de militares portugueses no país e sensibilizar para uma guerra que descreveu como «ilegal». «Temos o objectivo de denunciar a pouca vergonha de estarmos metidos numa guerra com que não temos nada a ver», disse, enquanto distribuía panfletos aos transeuntes.

«Criámos a Plataforma em Setembro do ano passado. É um ramo nacional da campanha internacional chamada No to War, No to NATO. PAGAN quer dizer Plataforma Anti-Guerra, Anti-Nato», adiantou.

Para Manuel baptista o conflito afegão trata-se de «uma guerra encomendada». «[George W.] Bush decidiu fazer uma retaliação, uma punição e [Barack] Obama, defraudando o seu eleitorado, continuou», disse, criticando a «vassalagem» dos europeus. «Vão para uma guerra que não é deles». Neste lote, não poupou Portugal, nem o apelo de Luís Amado para que se explique o conflito às populações.

«A caneta recusa-se a assinar»

«Se fosse uma coisa que toda a gente percebesse, uma questão vital para nós, é evidente que não era preciso explicar nada», criticou o elemento da PAGAN. Ao lado, Rogério Miranda, de 67 anos, protestava, enquanto sacudia a esferográfica, soltando uma graça. «A caneta recusa-se a assinar». Enquanto isso, explicou: «Sou contra a guerra e particularmente contra esta». À custa de insistência, o pacifista conseguiu, finalmente, vencer a luta com o espaço em branco, para se juntar à causa pela qual tinha descido à baixa. «Nunca venho a estas coisas por acaso».

Já por acaso, pelo local passou Paulo Teixeira, de 37 anos. Entre as compras e o barco para o Barreiro, «esbarrou» no grupo que lhe pedia para dizer «não» à guerra e à NATO. «Estou contra a guerra, apesar dessa guerra no Afeganistão ser para acabar com os ditos talibã, penso que haveria outra maneira mais pacífica de resolver o problema». E assinou.

«Mercenários»

Paulo seguiu caminho. Parado, perto uma faixa de protesto, onde se lia «NATO = fábrica de morte», estava o major Mário Tomé. Habituado a este tipo de iniciativas, o antigo militar contestou a presença das «tropas de ocupação» no Afeganistão. «Sejam elas quais forem, sejam elas os meninos bonitos dos Estados Unidos, sejam os nossos rapazes, como se diz, são mercenários».

«Vão ganhar mais dinheiro por irem para o Afeganistão. Oferecem-se. No outro dia vi um sargento que era a quinta vez que ia para uma missão», disse o major, assegurando não ter dúvidas em qualificar este tipo de participações: «São mercenárias. Até porque não têm nada a ver com os nossos interesses, de Portugal e dos portugueses».

Sobre a batalha da opinião pública, de que falara Luís Amado, o antigo militar atirou: «Essa batalha, desde o princípio que não ganham. Não há opinião pública que apoie aquilo». Contudo, considerou que contra a presença de tropas portuguesas no território, defendida pelo Governo, é também necessário fazer o que o ministro pedia: «É preciso mobilizar esta gente, o espírito cívico. Acendê-lo. Pô-lo em movimento».

Depois de ter iniciado a recolha das assinaturas, Manuel Baptista disse que mais importante do que levar o assunto ao Parlamento é colocá-lo na agenda da opinião pública, para em Novembro, a par da cimeira da NATO em Portugal, realizar uma contra-cimeira.

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