A defesa de Kate e Gerry McCann continua a reforçar-se com nomes de peso. Depois de Rogério Alves, o bastonário das Ordem dos Advogados, o casal acaba de garantir os serviços de um dos mais reputados peritos norte-americanos para analisar o ADN dos vestígios biológicos que sustentam em grande parte a constituição de arguidos dos pais de Madeleine, a menina de quatro anos desaparecida a 3 de Maio do Ocean Club, na praia da Luz, Lagos.
Dan Krane é professor de Biologia na Universidade de Wright, na Pensilvânia, mas tem-se notabilizado como perito forense em casos que assentam muito em provas resultantes de análises ao ADN. Tido como um crítico dos métodos usados pelos laboratórios de polícia criminal e muito céptico em relação às provas apresentadas em tribunal, Krane já participou como perito em mais de 60 julgamentos, alguns dos quais de grande mediatismo. É também presença habitual em vários canais de televisão e jornais norte-americanos, como comentador de casos judiciais.
Dan Krane desenvolveu, em parceria com colegas da universidade, um programa informático altamente preciso, capaz de reinterpretar os resultados dos exames efectuados pelo laboratório inglês de Birmingham aos vestígios biológicos recolhidos na Praia da Luz e até de os desmentir, como já aconteceu em julgamentos em que depôs anteriormente.
Os vestígios detectados no apartamento que foi ocupado pelos McCann na praia da Luz e na bagageira do automóvel que o casal alugou cerca de três semanas depois do desaparecimento de Maddie - estes últimos compatíveis em cerca de 80% com o ADN da menina desaparecida e os únicos conclusivos - são peças fundamentais da investigação.
Terá sido em grande parte com base nos mesmos que Kate e Gerry foram constituídos arguidos, apenas por suspeita da prática do crime de ocultação de cadáver. Este estatuto já ter sido confirmado pelo Ministério Público. Robert Murat é o terceiro arguido do processo. Desde que a família recuperou o seu principal porta-voz, Clarence Mitchell, a sua estratégia de comunicação tem vindo a mudar. Mitchell começou a atacar aspectos concretos da investigação, nomeadamente os relacionados com o ADN. Ontem ainda, o casal fez saber que estaria até na disposição de passar pelo escrutínio de um detector de mentiras para provar que nada teve a ver com o desaparecimento da criança.
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