Foram nove dias de sofrimento para a família do jovem bombeiro de Cinfães, que desapareceu no rio Douro, junto à ponte de Mosteirô, quando procedia a testes de uma embarcação da corporação. Ontem, passavam poucos minutos das oito horas, o corpo foi finalmente encontrado a boiar a escassos metros do local do acidente, pelos bombeiros de Santa Marinha do Zêzere, que se deslocavam num bote em direcção à margem sul do rio, para ajudar em mais um dia de buscas.
O comandante dos bombeiros de Cinfães, José Fernando da Silva, não escondia a angústia "Ainda bem que o corpo apareceu, para que a família, sobretudo os pais e a irmã, possa encontrar alguma paz".
Os pais e a irmã de Mário Serra fecharam-se em casa, dando a aparência de que ninguém se encontrava no local. "O choque foi demasiado forte e os meus tios estão muito abatidos e desgostosos", uma prima da vítima, Lina Teixeira. Outra, Cristina Teixeira, lembrou que Mário Jorge "só vivia para os bombeiros, desde os 12 anos, quando lhe ofereceram uma farda".
O vizinho Carlos Freitas testemunhou a solidariedade de todos "As pessoas ficaram todas muito abaladas e dava uma tristeza muito grande ver passar aqueles pais que tanto estavam a sofrer".
As primas Cristina e Lina recordaram que o rapaz "era muito destemido e corajoso", lembrando que "no mesmo local onde morreu tinha ido praticamente sozinho, retirar o corpo de um jovem que esteve desaparecido durante um mês e estava já em avançado estado de decomposição". Cristina tem poucas dúvidas "Por ser assim, é que ele se aventurou a ir buscar o motor quando caiu ao rio".
Apenas uma hora depois de ter sido encontrado, o corpo do jovem já tinha sido transportado para a morgue do centro de saúde de Cinfães. Ao início da tarde, seria transferido para o Centro Hospitalar do Vale do Sousa, Penafiel onde se realizou a autópsia. A família espera fazer as cerimónias fúnebres ainda hoje por volta das 17 horas.
Recorde-se que o outro bombeiro que acompanhava Mário esteve vários dias em estado de choque, tendo mesmo desmaiado quando foi chamado a localizar o sítio exacto da queda, dois dias depois. Paulo Duarte só há poucos dias começou a abrir-se com a psicóloga e com algumas pessoas próximas, .
Segundo os relatos do sobrevivente, Mário "tirou as botas e as calças e mergulhou atrás do motor. Paulo tirou também as botas para o seguir e já não o viu. Estava transpirado e a água do Douro nesta altura é muito gelada. Como nadava muito bem, pode ter sido isso que lhe causou a morte" acrescentou a mesma fonte.Mário Serra tinha desaparecido no dia 6 de Junho, por volta das 10 horas. As buscas só tiveram início seis horas depois da tragédia. O local tem cerca de 40 metros de profundidade e mantém vestígios de casas, muros e ramadas inundadas com a construção da barragem de Carrapatelo.
VISEU CAPITAL DA BEIRA NO CORAÇÃO DE PORTUGAL CIDADE DE GRÃO VASCO COM A SUA CATEDRAL IMPONENTE NO ALTO DO MONTE
Radio Viseu Cidade Viriato
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
|
Sem comentários:
Enviar um comentário