A NASA causou uma onda de especulações e de notícias na Internet, acerca da possível descoberta do ET, quando anunciou que faria ontem uma conferência de imprensa sobre "uma descoberta com impacto na busca de vida extraterrestre". Afinal, é uma bactéria que existe na Terra, num lago da Califórnia, e que usa um elemento diferente no seu metabolismo: o arsénico, que para os outros seres vivos é um veneno.
A notícia "incrível", como a designam responsáveis da NASA, alarga a noção de vida e permite outro olhar sobre Marte e Titã
Uma bactéria "do outro mundo", encontrada nos sedimentos do lago californiano Mono, nos EUA, baseia o seu metabolismo - e integra na sua estrutura quími- ca - o arsénico, um elemento que é um veneno para a vida tal como a conhecíamos até agora. A descoberta inaugura um capítulo completamente novo na microbiologia e alarga as possibilidades de busca de vida extraterrestre. "Com este novo elemento na lista dos que constituem a vida, talvez possamos encontrar agora o ET", afirmou ontem, em conferência de imprensa transmitida através da Internet, a directora do programa de astrobiologia da NASA, Mary Voitek.
Algumas luas e planetas do sistema solar transformam-se desde já em mundos potenciais para essa busca, que agora fica mais alargada. Titã, por exemplo, é um desses mundos. E, Marte, aqui ao lado, também.
"Há luas de Saturno, como Titã, onde a temperatura extremamente baixa, de 180 graus Celsius negativos, pode permitir que o arsénico se constitua como elo estável numa estrutura entre possíveis moléculas orgânicas", adiantou na mesma conferência da NASA o bioquímico Steven Benner, da Foudation for Applied Molecular Evolution.
Marte é outro alvo, como admitiu Mary Voitek e também Pamela Conrad, que dirige, no Goddard Space Flight Center da NASA, a futura missão Mars Science Lab que deverá ser lançada dentro de um ano para tentar encontrar vida microbiana no Planeta Vermelho.
"Esta descoberta alarga a nossa visão do que poderemos procurar em termos de ambiente capaz de suportar a vida", admitiu Pamela Conrad, sublinhando que "se se encontrarem ali moléculas orgânicas e também arsénico podemos começar a pensar de outra maneira em relação à existência de vida".
Carbono, hidrogénio, nitrogénio, oxigénio, fósforo e enxofre são os constituintes básicos da vida na Terra, tal como a conhecemos até agora. O fósforo, nomeadamente, é parte integrante da estrutura química do ADN e do ARN, que contêm e transportam as instruções genéticas da vida, e também das paredes das células que constituem os tecidos dos organismos vivos. Sem fósforo, não existe vida. Pois bem, a bactéria encontrada no lago Mono pela investigadora Felisa Wolfe-Simon, e que ela designou GFAJ-1, utiliza o arsénico para essas funções, em vez do fósforo, tal como a sua equipa demonstrou num artigo publicado ontem na Science Express.
Presente na conferência da NASA, a jovem investigadora da US Geological Survey, que foi financiada pela agência espacial americana nestes estudos, sublinhou que "esta descoberta lembra-nos que a vida tal como a conhecemos pode ser muito mais flexível do que geralmente pensamos". A substituição do fósforo pelo arsénico "mostra-nos uma forma de vida muito diferente, o que tem vastas implicações sobre o nosso conhecimento acerca do funcionamento do nosso próprio planeta", adiantou. Além disso, "se um microorganismo pode fazer uma coisa tão inesperada na Terra, o que pode a vida fazer mais que ainda não vimos? É preciso descobri-lo", disse, notando que isto abre uma porta nova à busca de vida fora da Terra. "Um dia encontraremos vida noutro lugar", concluiu
DN
Algumas luas e planetas do sistema solar transformam-se desde já em mundos potenciais para essa busca, que agora fica mais alargada. Titã, por exemplo, é um desses mundos. E, Marte, aqui ao lado, também.
"Há luas de Saturno, como Titã, onde a temperatura extremamente baixa, de 180 graus Celsius negativos, pode permitir que o arsénico se constitua como elo estável numa estrutura entre possíveis moléculas orgânicas", adiantou na mesma conferência da NASA o bioquímico Steven Benner, da Foudation for Applied Molecular Evolution.
Marte é outro alvo, como admitiu Mary Voitek e também Pamela Conrad, que dirige, no Goddard Space Flight Center da NASA, a futura missão Mars Science Lab que deverá ser lançada dentro de um ano para tentar encontrar vida microbiana no Planeta Vermelho.
"Esta descoberta alarga a nossa visão do que poderemos procurar em termos de ambiente capaz de suportar a vida", admitiu Pamela Conrad, sublinhando que "se se encontrarem ali moléculas orgânicas e também arsénico podemos começar a pensar de outra maneira em relação à existência de vida".
Carbono, hidrogénio, nitrogénio, oxigénio, fósforo e enxofre são os constituintes básicos da vida na Terra, tal como a conhecemos até agora. O fósforo, nomeadamente, é parte integrante da estrutura química do ADN e do ARN, que contêm e transportam as instruções genéticas da vida, e também das paredes das células que constituem os tecidos dos organismos vivos. Sem fósforo, não existe vida. Pois bem, a bactéria encontrada no lago Mono pela investigadora Felisa Wolfe-Simon, e que ela designou GFAJ-1, utiliza o arsénico para essas funções, em vez do fósforo, tal como a sua equipa demonstrou num artigo publicado ontem na Science Express.
Presente na conferência da NASA, a jovem investigadora da US Geological Survey, que foi financiada pela agência espacial americana nestes estudos, sublinhou que "esta descoberta lembra-nos que a vida tal como a conhecemos pode ser muito mais flexível do que geralmente pensamos". A substituição do fósforo pelo arsénico "mostra-nos uma forma de vida muito diferente, o que tem vastas implicações sobre o nosso conhecimento acerca do funcionamento do nosso próprio planeta", adiantou. Além disso, "se um microorganismo pode fazer uma coisa tão inesperada na Terra, o que pode a vida fazer mais que ainda não vimos? É preciso descobri-lo", disse, notando que isto abre uma porta nova à busca de vida fora da Terra. "Um dia encontraremos vida noutro lugar", concluiu
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