O sector empresarial do Estado registou um prejuízo de 1,031 mil milhões de euros em 2008. A pressionar as contas públicas estiveram as variações negativas das participações da Parpública e os resultados da TAP.
De acordo com relatório anual do sector empresarial do Estado divulgado ontem pelo Ministério das Finanças, as contas das empresas públicas registaram um agravamento dos prejuízos em 643 milhões de euros face ao ano anterior.
A contribuir para a deterioração dos resultados esteve o alargamento do universo do sector empresarial do Estado, que passou a integrar novos hospitais-empresas, os resultados negativos da TAP e a desvalorização da carteira de participações da Parpública, que teve um prejuízo de 133 milhões de euros.
A dívida total do sector situa-se nos 21 mil milhões de euros, na sua maioria à custa do sector ferroviário, e o esforço financeiro do Estado com as empresas públicas não financeiras aumentou 26%, em 2008, para 811 milhões de euros.
Para Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro e Finanças, esse aumento é explicado pelas compensações com os prejuízos que as empresas incorrem com a prestação de serviços públicos.
Quanto ao peso do sector na economia, aumentou de 4,1% para 4,8% do PIB, um acréscimo justificado pela inclusão de novas entidades no sector da saúde. Segundo o governante, as 84 empresas presentes no relatório tiveram, em 2008, uma gestão anti-cíclica que lhes permitiu melhorar o desempenho operacional.
As empresas não financeiras aumentaram o emprego em 1% e reduziram o prazo médio de pagamento a fornecedores em 21 dias. As mesmas empresas alcançaram melhorias dos resultados operacionais, que aumentaram 38,6%.
No que diz respeito às financeiras, Carlos Pina sublinhou o "excelente desempenho" da Caixa Geral de Depósitos ao nível da remuneração accionista, tendo no período 2005-2008 distribuído o dobro do valor em dividendo, face ao valor dos aumentos de capital. "Em tempos de instabilidade dos mercados financeiros, a CGD tem vindo a consolidar a sua posição de pilar de solidez no sistema financeiro, não só em Portugal, mas internacionalmente", afirmou o secretário de Estado.
Ainda na banca, Costa Pina destacou as melhorias de desempenho do BPN após a sua nacionalização, que viu a sua carteira de clientes crescer 10,7% para 292 mil clientes. No entanto, o representante do Ministério das Finanças avançou que o Governo ainda não decidiu qual a solução de privatização para o BPN. A decisão será tomada ainda nesta legislatura, mas a venda transita para o próximo Executivo. "Estamos ainda a trabalhar nos aspectos técnicos necessários para que possa haver uma tomada de decisão", concluiu.
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