A elaboração de combustíveis a partir de algas é uma tendência que começa a ganhar força nos Estados Unidos, onde uma pequena empresa tornou realidade um projecto que a Exxon Mobil, a maior empresa do ramo petrolífero na América, só começa a estudar agora.
A PetroAlgae é uma das pioneiras nos EUA na obtenção de combustíveis por meio do cultivo de algas, assim como de outros organismos. Essa e outras empresas receberam de braços abertos o anúncio da poderosa Exxon Mobil de que vai estudar como produzir esse combustível.
"Estamos entusiasmados com o passo dado pela Exxon, porque traz mais atenção ao sector e ao que nós fazemos", disse à Agência Efe o porta-voz da PetroAlgae, Andrew Beck, durante um evento sobre tecnologia global em Nova Iorque.
A Exxon Mobil anunciou o investimento de 600 milhões em estudos sobre como produzir biocombustíveis a partir de algas, tarefa que entregou ao pai do genoma humano, o cientista americano Craig Venter. A companhia espera resultados para daqui a seis anos.
As notícias podem ser ainda melhores do que aquilo que se espera: "O nosso sistema produz biocombustível e, além disso, obtém uma fonte proteica ideal para a alimentação de seres humanos e de gado", explicou o porta-voz da companhia. O sistema - garante - foi criado para que, dos resíduos vegetais das algas e outros microorganismos, resulte uma rica proteína sólida de origem vegetal.
Segundo Beck, a PetroAlgae projectou "um sistema único" que está à venda por meio de licenças e é economicamente rentável . O segredo está aqui: o óleo obtido pode ser tratado "em qualquer refinaria actual e ser fornecido nos mesmos postos de gasolina usados hoje em dia". A empresa diz estar também em negociações para poder utilizá-lo em criações de gado, garantindo que o processo é "90% ecológico".
Outro dos segredos desta nova forma de produzir biocombustível está no abandono dos grandes cultivos e na aposta nos microcultivos. O sistema da companhia pode ser instalado "em terreno não cultivável, não consome água em excesso e usa sempre organismos nativos, próprios dos terrenos nos quais se situa".
Contrariamente ao que ocorre com as plantações de cana-de-açúcar, milho ou soja voltadas para a fabricação de etanol, o sistema das algas "não rouba terras dedicadas aos alimentos".
Em Abril, a PetroAlgae celebrou o seu primeiro contrato de licenciamento fora dos Estados Unidos, com um acordo na China, onde instalará dez de suas unidades de produção de biocombustível no final deste ano.
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