Delegados das organizações desportivas nacionais ouviram ontem, segunda-feira, das autoridades de Saúde "recomendações idênticas" às dirigidas a empresas e população sobre prevenção da nova gripe. Tudo passa por lavar as mãos.
"Não há nenhum risco acrescido" para praticantes e espectadores de modalidades desportivas, assegurou ontem o secretário de Estado da Saúde no final de uma sessão de esclarecimento técnico sobre o vírus A(H1N1), que teve lugar no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa. Esta foi a mensagem que também o director-geral de Saúde ali transmitiu aos representantes de ligas, federações e outras organizações de desporto. As recomendações são idênticas às feitas a empresas actuando noutros sectores de actividade: promover planos de contingência (o que algumas federações já fizeram) e insistir nas normas de higiene individual, como a lavagem frequente das mãos, reforçando dispositivos que a facilitem, e admitindo a distribuição de antisépticos. Estar atento a sintomas de gripe é outro dos conselhos a praticantes e adeptos, num momento em que as autoridades sanitárias querem retardar a expansão dos contágios. Francisco Ramos, o secretário de Estado da Saúde, lembrou que "não sabemos as semanas em que haverá pico da gripe", mas que ele existirá. Ainda assim, descartou a hipótese de uma suspensão de jogos desportivos, uma situação que já ocorreu no México e na Argentina.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, que foi o anfitrião deste encontro, afiançou que todas as estruturas representativas das actividades desportivas estiverem representadas. Um dos aspectos que mais dúvidas suscitaram disse respeito a eventuais riscos de contágio em aglomerados de pessoas.
À mesma hora deste encontro em Lisboa, Hermínio Loureiro anunciava, ontem, no Porto, uma parceria entre a Liga de Clubes e os Hospitais Privados de Portugal (HPP), de forma a poder ser dada uma resposta clara, por parte do futebol, a um eventual surto da gripe pandémica em Portugal.
Vai ser elaborado um "plano de contingência" que prevê o accionamento de contacto com a Liga que, de imediato, informará um responsável clínico. Este indicará as medidas a adoptar.
Hermínio Loureiro explicou que avançou sem o Ministério da Saúde porque, embora tivesse pedido uma audiência, no dia 8 de Julho, ela só foi marcada para ontem, dia do anúncio do acordo com os HPP. Rejeitou, também, o cenário pessimista de eventual paralisação dos campeonatos: "Não criemos cenários negros, nem alarmismos. Importa, antes de tudo, prevenir."
Dois jogadores juniores, do Benfica, e um sénior do Olhanense - Gomis voltou ontem aos treinos -, tiveram gripe e três casos foram também detectados nos Jogos da Lusofonia.
Sem comentários:
Enviar um comentário