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sábado, 6 de março de 2010

Pescadores forçados ao risco descuram segurança...

Pescadores forçados ao risco descuram segurança

Acidentes mortais ocorrem com pequenas embarcações, mais frágeis às investidas do mar. Equipamentos, como vestuário, são caros e há falta de investimento na segurança.

As condições meteorológicas, o estado do mar, o tipo de embarcação e o vestuário utilizado na pesca condicionam a actividade e são factores importantes na prevenção dos acidentes. Este ano já morreram onze pescadores em Portugal. As baixas condições económicas dos pescadores, que não podem deixar de ir à faina mesmo nesta altura do ano de clima adverso, e alguma negligência na sua segurança em detrimento da pescaria potenciam as mortes nos naufrágios.

Os acidentes no mar ocorridos desde o início do ano não deixam dúvidas. Quase sempre ocorreram com embarcações de pequenas dimensões e em alguns casos em zonas de rebentação, não muito longe da costa. Em muitos casos, os barcos têm sobrelotação. Só em Viana do Castelo, entre o porto de pesca e o portinho de Castelo de Neiva, aquela capitania contabiliza, actualmente, 176 pequenas embarcações de pesca, idênticas às envolvidas nos últimos três acidentes mortais no Minho. O comprimento varia entre os seis e os nove metros, mas o facto de serem de pequenas dimensões e de boca aberta revela a fragilidade deste trabalho. "Estão mais sujeitos às condições do mar, sem dúvida. Se algo acontecer, naturalmente, à partida, terão menos tempo para reagir. Por exemplo, a um golpe de mar", aponta Vítor dos Santos.

Nos dois portos de Viana, a actividade empregará mais de 400 pescadores (por lei, em cada embarcação devem seguir pelo menos dois tripulantes, mas a média é de três). Irmãos, primos, tios e sobrinhos, a actividade envolve toda uma comunidade e família. "Todos os dias vão para o mar, tentar a sua sorte. Mas deviam sair com alguma consciência da importância de medidas de segurança preventivas e não preocuparem-se em ter certos equipamentos, como de sinalização, bem guardados apenas numa caixa", lamentou o comandante. António Macedo, do Sindicato dos Pescadores da Zona Norte, é da opinião que os homens do mar "só não investem mais na sua segurança porque não têm dinheiro".

Aquele responsável relembra que há quatro anos, a Propeixe, uma cooperativa de produtores de peixe, apresentou aos seus associados um fato de pesca flutuante, mais maleável e com um dispositivo insuflável na zona do peito que poderia ser custeado em parte por fundos comunitários, cabendo à cooperativa cobrir o montante restante. A ideia acabou por não ter concretização e, apesar de a legislação em vigor estabelecer um mínimo de regras de segurança, a verdade é que cada pescador sai ao mar com "com a roupa com que se sente bem". Tudo depende da dimensão da embarcação mas o usual é ter botas de borracha, luvas e um fato oleado.

Apesar de ser aconselhável vestir roupa leve para que, no caso de cair à água, o vestuário não interferir com a necessidade de nadar, a verdade é que, nesta altura do ano, os pescadores sob o fato levam quatro e cinco camisolas. Outra prática pouco recomendável é que as botas e o fato não estejam incorporados. Há quem use botas idênticas às utilizadas na construção civil mas nessas, apesar do conforto, a água entra com facilidade. Alguns profissionais utilizam já fatos de mergulho.

Diário de Noticias

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