Era uma noite de festa, mas terminou em tragédia. Mais de 300 pessoas estavam concentradas na pequena ilha de Orrego, frente à cidade de Constitución, no Chile. Acampados junto à foz do rio Maule, esperavam o espectáculo nocturno de botes iluminados e fogo de artifício que assinala as festividades anuais. Em vez do espectáculo, vieram as ondas gigantes do tsunami causado pelo sismo que no sábado abalou o Chile.
Das mais de 300 pessoas que estavam na praia, a grande maioria morreu ou está desaparecida. Salvaram-se oito porque subiram a uma árvore centenária de dez metros de altura situada numa colina. De lá, assistiram horrorizados às ondas que literalmente varreram a costa arrastando tudo e todos.
«Foi horrível. Primeiro o sismo e, menos de 20 minutos depois, o som do mar que se aproximava». Assim recorda Patricia Franco, uma professora de 50 anos, em declarações ao jornal chileno «El Mercúrio».
Três ondas, a terceira com mais de dez metros de altura, arrasaram literalmente a pequena ilha arborizada de cerca de um quilómetro.
A maioria das pessoas não conseguiu fugir. Um barqueiro ainda tentou salvar algumas pessoas, mas ele próprio também foi arrastado e não resistiu.
«Vi pessoas a correr, outras a tentarem subir para os barcos. Percebia-se que era quase impossível escapar», contou ao jornal Carol Catalán, de 20 anos, outra das sobreviventes. «Acabamos por correr sem ver para onde nem reparar em mais nada», explicou.
Álvaro Sottovia, de 33 anos, estava acampado com a família junto ao rio. «As ondas arrastavam tudo: barcos, casas, móveis, árvores...», recordou.
«Vi pessoas a flutuar agarradas a troncos. Até os carros flutuavam como peixes», contou ao «El País» Marlén Rodríguez.
Segundo o balanço mais recente das autoridades, o sismo e o tsunami fizeram mais de 723 mortos. Só na região de Maule há cerca de 550 vítimas mortais. Mas ainda há localidades sobre as quais pouco se sabe.
TVi 24
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