O indivíduo conhecido como o "violador de Telheiras", um engenheiro, de 30 anos, está preso preventivamente desde ontem, sábado, por ordem do juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e já foi reconhecido por várias vítimas, apesar de ter passado a usar barba.
O testemunho das vítimas terá sido, aliás, determinante para a opção pela medida de coacção máxima, que era promovida pelo Ministério Público e proposta pela Polícia Judiciária (PJ), que fez a detenção. Segundo a investigação da PJ, o suspeito terá sido o autor de pelo menos dez violações e abusos sexuais perpetrados ao longo de quase dois anos.
Mas o trabalho da Polícia Judiciária de Lisboa revestiu-se de muitas dificuldades até que fossem reunidas as provas suficientes para construir um caso sólido em torno do suspeito e levá-lo a tribunal. O agressor sempre teve um extremo cuidado na prática dos crimes, deixando poucos vestígios que permitissem conclusões seguras aos investigadores.
Por outro lado, o indivíduo, que tinha parado com os crimes no final do ano passado, passara a usar barba, o que dificultou ainda mais a sua identificação e a ligação às violações e abusos sexuais.
Aparentemente, a divulgação recente de um retrato-robô por parte da PJ, sob autorização do Ministério Público e de um juiz, pouco efeito teve no resultado da investigação. As provas concretas foram conseguidas graças ao testemunho directo de pelo menos cinco vítimas, que reconheceram o agressor graças a imagens do suspeito recolhidas pela PJ, a que se juntaram os resultados da análise a vestígios de ADN e impressões digitais, elementos cruciais, uma vez que o indivíduo não tinha cadastro.
Começou a fazer-se alguma luz sobre o caso em Agosto do ano passado, quando uma vítima do "violador de Telheiras" teve que ser levada ao Hospital Amadora-Sintra para exames periciais. Apesar de não existirem ali peritos associados ao Instituto de Medicina Legal e de a jovem ter sido mandada para casa com indicações expressas de que não podia realizar qualquer higiene pessoal no espaço de oito horas, os vestígios acabaram por ser recolhidos mais tarde.
O indivíduo, sabe-se agora, vive em Queluz, tem uma companheira e era frequentador de um ginásio, mas nunca nestes locais existiram suspeitas de que pudesse se o responsável pelos crimes.
Da mesma forma, na empresa de televisão por cabo onde trabalhava e onde foi detido nada apontava para que este engenheiro fosse um predador sexual.
Com suspeito preso preventivamente as autoridades acreditam no aparecimento de mais vítimas - sobretudo jovens e em particular menores, que eram o principal alvo do indivíduo - e de mais queixas.
O violador atacava as vítimas à entrada de prédios e abusava delas depois de as ameaçar com uma arma branca.
Jornal de Noticias
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