Apresentado como o graal da energia, o cubo produzido pela empresa norte-americana Bloom Energy, e baptizado de Bloom Box, promete revolucionar o fornecimento energético para consumo doméstico. Resta saber que conseguirá cumprir - cépticos não faltam.
A Bloom Box foi apresentada o mês passado nos EUA, após oito anos de investigação no maior dos secretismos. O projecto terá consumido um investimento de cerca de 400 milhões de dólares e garante que o fornecimento de energia para uma casa europeia tem a forma de um cubo e cabe numa mão. K.R. Sridar, dono da empresa, garante que é possível que cada casa particular passe a ter uma mini-central eléctrica, capaz de alimentar integralmente as necessidades energéticas domésticas. A ser assim, será a tão aguardada revolução energética.
Numa entrevista exclusiva à televisão norte-americana CBS, Sridar explicou que as pilhas de combustível são feitas de areia da praia, que é cozida até formar um pequeno quadrado cerâmico extremamente fino e pequeno. O aparelho é depois revestido por duas substâncias - cuja composição Sridar recusou-se a revelar. Quantas mais placas houver, maior será a produção de electricidade.
As pilhas precisam, porém, de combustível para produzirem electricidade. Até à data, usava-se hidrogénio, mas a grande novidade da Bloom Box é o recurso ao gás natural, e Sridar adiantou que a pilha energética da Bloom também poderá usar painéis solares.
Não obstante, o uso doméstico da Bloom box é ainda proibitivo em função do seu preço actual, que varia entre os 700 e os 800 mil dólares (515 e os 588 mil euros), mas o fundador da empresa prevê um futuro com as residências particulares equipadas com as suas caixas mágicas, já que, nos cálculos de Sridar, aquelas poderão ser adquiridas, dentro de uma década, por cerca de 3 mil dólares (2200 euros).
A perspectiva de massificação já capitalizou investimentos de monta - quase 300 milhões de euros, e entre os interessados conta-se, por exemplo, Kleiner Perkins, que investiu anteriormente em empresas vencedoras como a Netscape, a Amazon e a Google. Esta última, aliás, já possui quatro Bloom Box há 18 meses e o eBay, outro gigante da internet, possui cinco. Aquelas, de acordo com a empresa, já terão permitido poupar 73500 euros em apenas 9 meses de utilização.
Apesar de todos os encónmios, especialistas alegam que, na verdade, a pilha da Bloom tem pouco de novidade no que respeita ao consumo, na medida em que não dispensa os combustíveis fósseis. E alegam que a sua virtude, no que respeita ao uso doméstico, será a diminuição de perdas energéticas decorrente do transporte.
Jornal de Noticias
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