foto HELDER SANTOS ASPRESS |
O Governo Regional da Madeira anunciou hoje, sábado, a existência de 32 vítimas mortais como consequência da tempestade que atingiu a ilha da Madeira. Até ao momento, deram entrada no hospital 63 feridos, dois em estado grave.
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, prepara-se para se deslocar à Madeira logo que possível acompanhado por elementos da Protecção Civil e do INEM.
Tempestade procou o caos na ilha
A chuva intensa que tem caído no arquipélago da Madeira provocou o caos e destruição em muitas zonas da ilha, afectou a circulação na via rápida e noutras vias de circulação, o movimento no Aeroporto e provocou derrocadas e inundações.
A edição electrónica do Diário de Notícias da Madeira adianta que o pânico esteve instalado nas ruas do Funchal por causa das enchurradas de água que atingiram a baixa da cidade.
foto Jorge Freitas Sousa/DN-Madeira |
"Mesmo que tentasse ajudar as pessoas, não conseguia". João Aguiar assistiu de perto à tragédia na zona do Mercado. Pelas 11 horas, a fúria das águas arrastou pelo menos três pessoas. Não sabe se estão vivas ou não. "Nunca vi nada assim", garantiu.
"Vi gente a gritar e a chorar em pânico", descreveu, apontando que tentou fazer com que as pessoas se afastassem da ribeira, mas sem sucesso. "Vi pessoas projectadas, a tentar se agarrar a alguma coisa", disse.
Esmeralda foi apanhada na 31 de Janeiro quando a Ribeira de Santa Luzia transbordou na altura que ia buscar o filho à explicação.
"Comecei a chorar porque a força da água era tanta, pensei que era desta que ficava ali. Pensei que ia ser arrastada pela água e ia parar ao mar".
O vereador responsável pelo pelouro do Ambiente na câmara municipal do Funchal, Costa Neves, disse à Agência Lusa que a população do Vasco Gil, uma localidade na zona alta da cidade, está isolada devido às derrocadas na estrada da Eira do Serrado, "onde a queda de barrancos torna a situação perigosa".
O autarca referiu que a circulação na zona oeste da cidade, onde existe a maior concentração de hotéis, também está complicada, visto que um dos ribeiros da zona do Amparo, nas novas avenidas daquela localidade, foi mal direcionado, transbordou e arrastou pedras até à estrada Monumental.
Governo regional pede ajuda
A Protecção Civil pede à população para não sair de casa. O arquipélago encontra-se em alerta vermelho devido ao mau tempo.
O Governo regional está a pedir aos operadores de máquinas que se apresentem nos postos de trabalho. Há falhas de electricidade e de comunicações no Funchal. As imagens que chegam do Funchal revelam um cenário de destruição, com carros a serem arrastados pela água e muitos edifícios alagados.
Cavaco Silva já falou com o presidente do Governo Regional. Além da solidariedade, o presidente da República quer realizar uma visita à Madeira, provavlemente já na próxima semana.
Entretanto, Alberto João Jardim já pediu ajuda à engenharia do exército para a disponibilização de pontes metálicas.
Além de ter pedido a Cavaco Silva para contactar o comissário europeu para as catástrofes, no sentido de ser disponibilzada ajuda para a Madeira.
Prontos críticos
As ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia transbordaram e estão a lançar um manto de lama e destroços em toda a baixa do Funchal.
A Ribeira de João Gomes transbordou em vários pontos. A Rua Visconde Anadia e a do Brigadeiro Oudinot foram dominados pelas fúria de água que está a escoar de dentro do centro comercial e parque de estacionamento.
A Ribeira de Santo António também causou muitos danos. Há relatos de garagens e carros com pessoas que foram arrastados pela torrentes.
A baixa do Funchal está completamente abafada por água e lama. Na rua Fernão de Ornelas e na Rua do Carmo, os estabelecimentos comerciais estão inundados.
*com Agência Lusa e Diário de Notícias da MadeiraJornal de Noticias
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