Pelo menos 36 pessoas morreram e mais de 70 feridos foram assistidos. Número pode subir, pois há vilas isoladas. Os 185 litros por metro quadrado no pico do Areeiro não um recorde absoluto em Portugal. Prejuízos incalculáveis fazem Alberto João Jardim pedir Ajuda a Bruxelas.
Em poucas horas, o Funchal entrou em colapso. O temporal invadiu a cidade e matou pelo menos 36 pessoas. Um número confirmado pela secretaria geral dos Assuntos Regionais à rádio TSF, e que as autoridades admitem ser bastante superior, podendo mesmo atingir a centena. Até porque dezenas pessoas podem estar encurraladas, dentro de carros que foram arrastados e abalroados ou em locais afectados por derrocadas. Além disso, há parques de estacionamentos submersos e casas destruídas. Muitas pessoas desaparecidas. Ainda ontem às 20.00, chegou um alerta de um condutor que pedia ajuda por estarem dez viaturas no interior do túnel que liga as vilas do Seixal e S. Vicente.
No hospital estavam 70 pessoas, duas em estado grave. E também alguns cadáveres à espera de serem identificados. O Instituto de Medicina Legal enviou para a Madeira uma equipa de peritos para ajudar nesta operação. Na biblioteca do hospital foi instalado um serviço de apoio psicológico às pessoas afectadas pela tempestade. Vítimas e familiares que viveram momentos de pânico e dor. Houve quem visse a família morrer e quem demorasse horas a encontrar filhos, pais e amigos. A cidade paralisou e as comunicações foram cortadas por algum tempo.
Muitas vilas estavam isoladas, sem que se soubesse se havia mortos e feridos. Ontem à noite, a Câmara da Ribeira Brava pediu ajuda aos bombeiros para entrar na Serra de Água, localidade que ainda estava isolada e sem comunicações. Teme-se que aqui possam existir mais vítimas. O mesmo pedido foi feito em relação a Curral das Freiras, uma aldeia a poucos quilómetros do Funchal.
No concelho da Calheta, as freguesias de Paul de Mar e Jardim do Mar também estavam isoladas. Mas um dos piores cenários vivia--se na zona do Monte, uma das mais altas da cidade, por ser a localidade com mais mortes.
Ontem à noite a cidade estava coberta de lama, com estradas cortadas , falta de luz e água em algumas zonas e o medo instalado na população. Muitas pessoas ficaram desalojadas. E três instituições, entre as quais o Exército, disponibilizaram 200 camas.
Os prejuízos são incalculáveis. "O Funchal está destruído", ouve-se por todo o lado. O presidente do Governo Regional já pediu ajuda a Bruxelas, tendo falado com Durão Barroso. E José Sócrates chegou à ilha perto das 21.00.
Caos instalado por todo o lado
As três ribeiras que atravessam o Funchal começaram a destruir a cidade às 10 da manhã. Já chovia desde as 5. A ponte junto ao mercado dos Lavradores ruiu, devido à fúria das águas, e todos os que ali estavam começaram a fugir. A água trazia pedras e entulho e o alcatrão não tardou a levantar e formar crateras. Criou-se o pânico.
Toda a zona junto ao Centro Comercial Dolce Vita entrou em risco de colapso. E uma rotunda, construída por cima da ribeira, ameaçava ruir. O centro foi evacuado e a zona interditada pela PSP.
O caos instalou-se. Na zona da Pena, onde mora Alberto João Jardim, uma enxurrada apanhou um autotanque dos bombeiros que arrastou várias viaturas, provocando feridos e mortos, entre eles uma criança. Numa zona mais a norte, um táxi com estrangeiros entrou pelo jardim de uma residência. Ainda mais para norte, em Trapiche, zona alta da cidade, na sequência de um desabamento de um tecto, uma idosa morreu de ataque cardíaco com o susto.
O medo dominava. Ninguém imaginava que fosse possível aquele cenário. Afinal, no dia anterior tinha feito sol e nem Protecção Civil nem Instituto da Meteorologia fizeram alerta especial.
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