A chuva e o vento que ontem varreram a Região Norte deixou 14 pessoas sem casa em Viseu (dez) e Chaves (quatro). No centro histórico viseense a tragédia bateu à porta de um casal de idosos. Em Chaves e Mirandela, os rios Tâmega e Tua galgaram as margens.
A chuva copiosa e o vento forte que, durante toda a madrugada e manhã de ontem, assolaram a região de Viseu, terão estado na origem da derrocada total e parcial de dois imóveis, localizados na rua Nossa Senhora da Piedade, uma transversal à rua Direita, em pleno centro histórico da cidade.
Os dois imóveis são contíguos. Num deles, com três andares, que ficou inabitável, moravam oito pessoas: sete cidadãos indianos e uma idosa acamada que foi acolhida por uma vizinha. No outro edifício, menos afectado pela derrocada, vivia um casal de idosos que foi realojado junto de familiares em Repeses.
Apesar de terem saído para a rua aterrorizados e com apenas algumas peças de roupa no corpo - os idosos tiveram de ser resgatados por vizinhos -, os moradores não sofreram ferimentos. "A sorte deles é que a derrocada do prédio não atingiu a zona onde dormiam. Se isso tivesse acontecido, teria sido uma tragédia", disse Jorge Antunes, comandante dos Bombeiros Municipais de Viseu.
Até ao fim do dia, os indianos desalojados ainda não sabiam onde dormir. Isso só aconteceu às 20 horas. "Por hoje, vamos ficar em casa de colegas. Amanhã logo se vê", disse Sarvijit Singh.
O vice-presidente da autarquia, Américo Nunes, teme a derrocada de um outro imóvel na rua do Gonçalinho. E, com críticas à nova lei das empreitadas, que "não prevê situações de emergência", autorizou trabalhos sem esperar por formalidades.
Pilar da A25 avaliado
Enquanto o rio Douro estabilizou, ontem, na Régua (apesar de ter inundado um bar e uma loja de artesanato na zona do cais), já o caudal do rio Tâmega, em Chaves, galgou as margens cerca das 9.30 horas. Os habitantes das zonas próximas do rio foram obrigados a colocar os seus bens nos andares superiores. Sílvio Silva, da protecção civil municipal, referiu que cerca de 40 habitações foram afectadas pela segunda cheia registada este Inverno em Chaves e que quatro pessoas, de duas famílias, foram realojadas pela autarquia. O caudal do rio subiu cerca de quatro metros comparativamente ao leito normal do rio.
Em Celorico de Basto, a autarquia, os bombeiros e a GNR removeram troncos de árvores das estradas e vedaram o acesso a alguns caminhos e a uma estrada nacional na Vila de Gandarela, devido à ameaça de aluimento de parte da via. Ainda em Gandarela, algumas casas apresentam risco de ruir, pelo que foram tomadas medidas de protecção.
Em Mirandela, a chuva provocou estragos nas zonas adjacentes ao espelho de água do rio Tua. Em apenas três horas, o caudal aumentou 80 centímetros e inundou o parque de merendas. A protecção cívil lançou o apelo para que fossem retirados os automóveis que estavam no parque de estacionamento do Cardal, no centro da cidade, porque a água estava prestes a chegar ao local.
Na região de Aveiro, um dos pilares de um viaduto da A25, junto a um caminho florestal perto da igreja de Sernada, Águeda, ficou com a base um pouco "descascada", devido ao rebentamento de uma conduta de águas pluviais. No local estiveram os bombeiros de Albergaria e Águeda, assim como a Protecção Civil de Águeda, estando a segurança do pilar a ser avaliada.´
Amarante e Alviela
O rio Tâmega subiu mais de cinco metros acima do seu caudal habitual e voltou a assustar moradores e lojistas da parte mais baixa da cidade de Amarante. Por prevenção, muitos retiraram os seus bens de casa. Apenas uma loja ficou com a cave inundada.
No distrito de Santarém, repetiu-se o cenário de Inverno. A aldeia do Reguengo do Alviela mantém-se isolada, pelo terceiro dia consecutivo. Quinze habitações ficaram inundadas em Fazendas de Almeirim .Jornal de Noticias
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