A Lufthansa continuará hoje, terça-feira, a utilizar um plano de contingência e terá de cancelar centenas de voos domésticos e internacionais, incluindo em Portugal, apesar de a greve dos pilotos ter sido suspensa, anunciou um porta-voz da empresa.
"Estamos a fazer o possível para normalizar a situação, mas até que a rede volte a funcionar em pleno demorará algum tempo", disse Klaus Walther, director de comunicação da Lufthansa, em declarações à cadeia de televisão ZDF.
Entre Portugal e a Alemanha a transportadora cancela hoje quatro voos, para Frankfurt e Munique, segundo fonte oficial da empresa.
O plano de contingência, que entrou em vigor às zero horas de segunda feira, para atenuar o impacto de uma greve agendada inicialmente para quatro dias, destinava-se a tentar manter cerca de mil dos 1800 voos que a Lufthansa opera diariamente.
Os pilotos concordaram à meia noite com a suspensão da greve até 08 de Março, e com o regresso às negociações, mas cerca de metade dos voos planeados para hoje deverão ser cancelados, por razões logísticas.
"Em muitos casos, nem os aviões nem as tripulações estão no sítio onde deviam, para que se possam realizar os voos", explicou Klaus Walther.
A greve abrangeu também os pilotos da subsidiária Germanwings, que opera voos domésticos e para países vizinhos, e da Lufthansa Cargo.
Segundo fontes da Lufthansa, devido à paralisação dos pilotos, só se realizaram na segunda feira, 960 voos domésticos e internacionais, 45 por cento do total.
A Lufthansa interpôs uma providência cautelar no Tribunal de Trabalho de Frankfurt, que propôs na segunda feira à noite a suspensão da greve e o regresso às negociações.
Depois de conferenciarem separadamente, as partes em conflito aceitaram a proposta do juiz, que impunha ainda que as negociações visem exclusivamente questões salariais e condições de trabalho.
O Sindicato Alemão dos Pilotos (Cockpit) tinha exigido que a Lufthansa seja impedida de confiar voos operados pela transportadora alemã a pilotos de subsidiárias estrangeiras, como a Brussels Airlines ou a Lufthansa Itália, por exemplo.
A Lufthansa alegou em tribunal, porém, que os pilotos estavam a pretender interferir na gestão da empresa, e o Cockpit acabou por deixar cair a sua principal reivindicação.
Entretanto, o sindicato Ver.di, que representa cerca de dos 50 mil elementos do pessoal de cabina da Lufthansa, ameaçou recorrer também à greve, se as negociações com a administração marcadas para a próxima semana forem infrutíferas.
Jornal de Noticias
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