Corpo de Intervenção da PSP teve que actuar para parar desacatos |
Distúrbios com os presos preventivos voltaram a marcar o julgamento do "gangue da Lapa", a decorrer no Porto. Ontem, quarta-feira, dois envolveram-se à pancada na sala do tribunal. Nas celas, foi provocada uma inundação.
Em dois meses e meio de julgamanto, no Tribunal de S. João Novo, no Porto, foram raras as sessões sem incidentes, quase todos sem gravidade e sanados no momento. A Polícia não tem tido mãos a medir para manter a ordem, sobretudo entre os 17 jovens que se encontram em prisão preventiva. Os restantes 35 a ser julgados estão em liberdade.
Ontem as hostilidades começaram no interior da sala de audiências, cerca das 10.40 horas, pouco antes da chegada do colectivo de juízes. Na sequência de uma troca de palavras, por razões que não foi possível apurar, dois dos arguidos agrediram-se mutuamente. Outros terão tentado envolver-se na confusão, mas os elementos do Corpo de Intervenção da PSP puseram cobro à situação. Nenhum dos jovens teve de receber tratamento hospitalar.
Dos desacatos, que duraram poucos minutos, resultaram estragos na estrutura de madeira reservada para os réus prestarem depoimento. O reboliço foi sentido noutras salas de audiências, gerando forte apreensão. O julgamento acabaria por prosseguir, com o interrogatório a testemunhas de acusação.
Horas depois, no intervalo para o almoço, os problemas transferiram-se para as celas, no piso inferior do tribunal. Entre os presos, alguém fez rebentar um tubo de água, provocando uma pequena inundação. Os danos tiveram de ser remediados por funcionários.
De resto, nos calabouços, têm sido frequentes os tumultos gerados pelos arguidos, nos intervalos das sessões. De acordo com fonte do tribunal, alguns dos jovens chegaram ao ponto de defecar nos tupperwares da comida, que depois atiraram contra as paredes. Lâmpadas partidas, presumivelmente com cintos, sacos com água arremessados e o entupimento de sanitas têm sido outras acções. O JN apurou que já foram elaborados relatórios das ocorrências, entretanto remetidos para os responsáveis pelo tribunal.
Outro caso de maior gravidade tinha sido registado no passado dia 5 de Maio. À entrada da sala, quatro dos acusados envolveram-se em confronto com a PSP e queixaram-se de ter sido "espancados", segundo disseram os advogados. Os polícias negaram o recurso à violência, alegando que os presos preventivos ofereceram "resistência passiva".
O início do julgamento, em 28 de Abril, já tinha sido caracterizado por várias atitudes de gozo e desafio de alguns dos acusados em relação às autoridades.
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