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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 14 de julho de 2009

Inquérito à satisfação ("cor-de-rosa") indica que 23% dos condutores sofrem atrasos frequentes...

O Instituto das Infra-estruturas Rodoviárias (INIR) apresenta hoje, terça-feira, os resultados do primeiro inquérito à satisfação dos utentes das auto-estradas que a Associação de Cidadãos Automobizados considera "cor-de-rosa".


De acordo com a nota de Imprensa divulgada por aquele instituto, "em termos globais, os utentes encontram-se satisfeitos (69 pontos numa escala de 0 a 100) com as auto-estradas de Portugal continental", gozando de um índice de satisfação "acima da média das valorizações" de outros sectores.


Destinado a "avaliar o uso e a percepção da qualidade dos serviços" daquelas rodovias concessionadas, o estudo foi realizado em 99 áreas de serviço ou nos acessos às mesmas quando não dispõem deste equipamento, tendo sido realizadas 3007 entrevistas entre 27 de Novembro e 3 de Janeiro passados.


Segundo os dados disponíveis, menos de metade (49%) dos inquiridos teria considerado que o principal factor de insegurança numa auto-estrada é o mau estado do pavimento, mas apenas 14,4% sugerem a melhoria do estado do piso. A falta de sinalização de segurança (20,4%), a agressividade, falta de civismo e má condução (17,8%), o volume elevado de tráfego (14%) e a falta de equipamentos de segurança (12,4%) são os factores de insegurança classificados a seguir.


A nota acrescenta que "cerca de 23% dos condutores têm atrasos frequentes, considerando aceitável um atraso de 3,3 minutos por quilómetro". Ao longo da tarde de ontem procurou - se esclarecer como chegou o estudo à conclusão de uma tolerância tão significativa com o atraso referido, tendo em conta que demorar por exemplo mais 33 minutos a percorrer dez quilómetros numa auto-estrada "urbana" fortemente congestionada em hora de ponta não é a mesma coisa que gastar mais 330 minutos (5,5 horas) ou quase mais 17 horas para chegar do Porto a Lisboa. Não o conseguiu.


Na percepção dos factores de atraso, 77% dos condutores identificam o congestionamento como principal responsável, seguindo-se os acidentes (26,7%), obras (18,6%), cobrança de portagem (7,5%), condições atmosféricas (6,2%) e supressão de vias (3,8%). Os utentes classificaram positivamente a informação e a sinalização (nas notas mais baixas, está a sinalização de segurança, com 6,9 numa escala de 1 a 10) entre outros aspectos.


"Custa-me crer que sejam tão pouco consideradas as vias interrompidas", comentou o presidente da Associação dos Cidadãos Automobilizados (ACA-M), Manuel João Ramos, para quem o estudo "visivelmente só definiu critérios que poderiam dar um quadro cor-de-rosa".


"Para aferir minimamente a qualidade ao nível da percepção seria importante que as pessoas pudessem pronunciar-se sobre o que conhecem, em comparação com outras realidades", argumenta. "Posso estar muito satisfeito com as estradas que tenho, se não tiver maneira de comparar com outras. Basta ir a Espanha para ver como a sinalização, o piso e a informação melhoram e não há comparação entre uma auto-estrada alemã e uma portuguesa", acrescenta.


Por outro lado, o estudo deveria dar a oportunidade de avaliar a qualidade das infra-estruturas "face ao que deveriam ser e não ao que são", propõe, recordando que continuamos a ter auto-estradas com curvas demasiado apertadas e zonas sem pavimento drenante.


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