Há dois anos que a prática balnear é proibida no Cabedelo, apesar de os banhistas continuarem a ocupar o areal no Douro. O Parque Biológico de Gaia volta a não aplicar multas, mas garante que em 2010 não haverá perdão.
A praia fluvial - hoje integrada na Reserva Natural Local do Estuário do Douro - é procurada por centenas de pessoas, geralmente famílias com crianças que preferem a acalmia aparente do rio (embora muito poluído) à rebeldia do mar na costa com bandeira azul. São hábitos de muitos anos difíceis de alterar. A maioria dos utentes conhece a interdição resultante da protecção do Cabedelo e da Baía de S. Paio, porém acaba por arriscar face à falta de avisos actuais e de quem vigie a área. "Ouvi falar que é proibido", atenta Patrícia Silva, rendida ao sol da manhã na companhia do marido e do filho.
"Esta praia faz falta às crianças, porque a água é mais calma. Devia ter vigilância, porque há muitas pessoas que vêm para o Cabedelo. Quando for vedada, vou deixar de vir", decide a banhista. Cassilda Barros garante que alguns rituais de Verão no Cabedelo já se perderam desde a proibição imposta no ano passado. "Já não fazem campismo selvagem, como acontecia antigamente. As barracas e os fogareiros acabaram, mas as pessoas continuam a vir. Está tudo a modificar", lamenta.
A vontade dos banhistas é que se reserve um pedaço do areal fluvial para a prática balnear, deixando o resto para os "animais". A Cassilda, sobra pouco tempo num Agosto passado a trabalhar. Como o emprego fica na Baía de S. Paio, estica as horas disponíveis no "sossego" do Cabedelo: "Este bocadinho faz-me falta. Vai custar-me muito deixá-lo. Se tiver de ir para mais longe, já não dá tempo".
Os dias vencidos naquele areal confundem-se com a própria história de vida de Paula Dias, nascida e criada na zona. A ligação afectiva é muito forte: "Sinto que estão a roubar-nos a nossa praia", confidencia. "Adoro-a. É mais sossegada e não tem rochas. Eu não suporto as outras praias", lamenta, ainda não resignada.
Nuno Oliveira, presidente da Empresa Municipal do Parque Biológico de Gaia que gere a reserva natural, reconhece esta afectividade. Como até ao momento não foi possível colocar os equipamentos projectados para aquele espaço protegido (ler caixa), o Conselho Consultivo da reserva reuniu-se e decidiu perdoar a aplicação de multas por mais uma época balnear. As coimas vão desde os 50 aos 1000 euros.
"Se não se estava a fazer nada de positivo, também não fazia sentido avançar com as proibições", entende, na certeza de que devem ser "pacientes com a população". Quando os equipamentos estiverem montados, "as pessoas vão perceber por que é que este local deve ser preservado", indica. Então, a vigilância das autoridades às actividades proibidas, que incluem também passear e treinar cães e usar o areal como pista de viaturas motorizadas, começará no próximo ano.
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