Ourives de Leiria ficou sem mais de duas dezenas de relógios avaliados em 500 mil euros.
Apresenta-se como empresário de sucesso e ex-futebolista com contactos no mundo do futebol. Bem falante, conseguiu burlar várias pessoas em 800 mil euros. Só a um ourives de Leiria levou relógios avaliados em 500 mil euros.
António Lopes é natural de Castro Verde, fará 51 anos no final de Setembro e é conhecido por "Tó Lopes", "Pancho", "Pereira" e "Russo". As burlas que é acusado de ter efectuado, desde o ano 2000, terminariam em 2007 com a sua detenção pela Polícia Judiciária de Leiria. Está acusado de seis burlas qualificadas pelo Ministério Público de Leiria.
O processo, que conta seis volumes e que começará a ser julgado no próximo mês pelos juízes do Tribunal de Leiria, começou a ser investigado em 2005. Em finais de Abril, princípios de Maio desse ano, António Lopes realiza uma escritura no 2º Cartório Notarial de Leiria - de um milhão de euros - e começa por elogiar o relógio "Breitling" do funcionário.
Estava dado o pontapé de saída para uma conversa que envolveu o jogardor da selecção nacional, Deco. António Lopes diz que tem uma reunião com o futebolista por causa da compra e venda de terrenos e que pretende investir 80 mil euros em relógios. A conversa é tão convincente que o funcionário decide colocar o arguido em contacto com um ourives de Leiria.
No dia do encontro, António Lopes aparece na ourivesaria conduzindo um BMW X5 com outro homem. Começa por ver relógios classificados como sendo de "alta relojoaria" e pede para serem colocados de parte os que pretende levar. Durante a conversa com o ourives, conta que andou a estudar no Colégio D. Nuno Álvares, em Tomar, fez carreira como futebolista, foi guarda-redes do União de Tomar e afirmou conhecer diversos jogadores da União de Leiria, do Benfica entre outros clubes.
Acabou por fazer negócio e levar consigo seis relógios de 36700 euros, já com desconto. Deixou dois cheques pré-datados e 500 euros em numerário.
A 11 de Maio, António Lopes dirige-se novamente à ourivesaria e desta vez faz-se acompanhar de dois indivíduos. Um deles apresenta como ex-jogador do Farense e outro como afeiçoado da alta relojoaria e com bons conhecimentos ao nível dos quadros do banco BES. Levaram oito relógios, que custaram 143830 euros e deixou 12 cheques pré-datados.
A 23 de Maio nova compra, desta vez oito relógios de 114225 euros. Deixou mais cheques pré-datados.
Quando o ourives tentou descontar os cheques e verificou que não havia dinheiro, tentou falar com António Lopes mas ele foi-se desculpando sempre com atrasos em pagamentos ou incidentes bancários.
Em Junho do mesmo ano, António Lopes tenta convencer o proprietário de um stand de automóveis de Guimarães a ficar com quatro relógios em troca de um carro (MG) em segunda mão. O empresário acede em ficar com um relógio de 40 mil euros e promete tentar vender os outros. Em Dezembro, o empresário diz que ainda tem o relógio para venda e o arguido acaba por o comprar por 34 mil euros. Deixou três cheques pré-datados que foram devolvidos pelo banco, por falta de crédito.
No rol das burlas, de que está acusado pelo MP conta-se ainda a aquisição de 10 telemóveis a uma loja da Vodafone, em Lisboa., pelos quais passou cheques de 3400 euros.
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