Uma violenta explosão acordou, em sobressalto, um pacato bairro de Nogueira, Braga, ontem de madrugada. Inicialmente, pensou-se que tinha sido uma bomba, mas não há sinais de explosivos no Mercedes destruído.
"Acordei em pânico, com semelhante estrondo. Até pensei que tinha sido um avião que tivesse caído." Uma moradora da Rua do Espírito Santo, em Nogueira, Braga, não encontrava explicações para o sucedido, atendendo ao perfil do proprietário do veículo e ao local, que considera "pacatos".
Eram quase três horas quando a explosão aconteceu, danificando o Mercedes de matrícula alemã e mais dois carros estacionados nas imediações, na Rua Antero Figueiredo, uma transversal da Rua do Espírito Santo.
Vizinhos e familiares não encontram explicação para o sucedido, mas o ambiente de insegurança naquela zona, na falda da Falperra, apoderou-se dos moradores. "Se a moda pega... Não sei onde vamos parar. Isto está a ficar bonito…", comentavam, entre si, os populares que ali se aglomeraram, enquanto assistiam ao trabalho dos peritos da Secção de Combate ao Banditismo, da Polícia Judiciária do Porto, que ficou concluído ao final da manhã de ontem.
No relatório do piquete da PJ consta uma participação dando conta do rebentamento de um engenho explosivo, cerca das 2,45 horas. Foi activada a Secção de Combate ao Banditismo que efectuou a recolha de provas, durante todo o dia de ontem. Na peritagem ao local não foram encontrados vestígios de qualquer engenho, pelo que a explosão terá sido provocada por fogo posto no depósito do combustível.
O carro pertence a Justino Pinto Ferreira Azevedo, emigrado na Alemanha e que se encontra por cá a passar férias. "Ele veio no início do mês, para casar o filho no dia 15. Não encontramos explicação para isto", disse Jaime Ferreira Azevedo, irmão do proprietário do carro danificado.
Jaime não esconde a sua surpresa com o sucedido. "Tivemos uma reunião de família, até à uma hora da manhã, onde estivemos os irmãos todos. Depois, o Justino foi com outro nosso irmão a Lago, Amares, porque as esposas tinham ido lá assistir a um espectáculo do Quim Barreiros. Eu deitei-me e acordei com o estrondo", disse Jaime.
O proprietário do Mercedes danificado foi ouvido pela Polícia, ainda no local e, durante o dia de ontem, foi ouvido nas instalações da Polícia Judiciária.
Seja como for, Jaime Ferreira Azevedo admite que possa ter-se tratado de um ajuste de contas mas pensa que os autores se enganaram no alvo a atingir. E lembra umas estranhas movimentações nocturnas. "Aqui há uns dias, parou aí uma carrinha e saiu de lá um rapaz, com um taco de basebol na mão. Foi ter com uma rapariga que estava dentro de um carro e depois desapareceram. Não sei se tem alguma relação".
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