À medida que cresce o número diário de contágios confirmados (ontem houve mais 149), aumenta também o número de pessoas hospitalizadas. De 20, cinco mantinham-se em estado grave ou muito grave. Neles, a gripe passou a pneumonia.
Portugal alcançou ontem um registo oficial de 1210 casos acumulados desde o começo da pandemia. A nova gripe acelerou a sua propagação na última semana e, como reflexo disso, aumentou proporcionalmente o número de doentes que precisou de internamento.
Pneumonia. Este é o traço comum aos cinco pacientes, entre 20 hospitalizados, que se encontravam ontem em estado mais crítico em diversos hospitais do país. No caso deles, tudo começou com uma gripe, a da nova variante do vírus A(H1N1). Também quase todos eles seguiram o percurso de pedir aconselhamento à Linha de Saúde 24. Alguns recorreram por mais de uma vez a um centro de saúde ou centro hospitalar, como aconteceu com a jovem de 20 anos internada agora no Hospital de Santo André, em Leiria, após procurar assistência no Bombarral e Caldas da Raínha. Os primeiros sintomas surgiram a 3 de Agosto. A jovem, além de um historial clínico de asma brônquica, sofre de obesidade acentuada. Dois problemas conjugados para quem seja contagiado por esta nova estirpe de vírus.
Mas esta gripe já demonstrou que não poupa pessoas não pertencentes a grupos de risco. É o caso, segundo a direcção clínica do Hospital Curry Cabral (Lisboa), de três pacientes com pneumonia, dois com prognósticos reservados e outro com evolução favorável. Numa das situações trata-se de uma mulher que teve um parto muito recentemente.
Na maior parte dos casos já se torna agora quase impossível rastrear a origem dos contágios. Até porque agora ela deixou de reportar-se maioritariamente ao estrangeiro. A transmissão já está a ser feita dentro da comunidade e o aumento de casos no Algarve é disso exemplo. Uma paciente internada em Lisboa tem como proveniência Santarém, mas tinha estado no Sul até há poucos dias.
Reflexo do alarme inicial, aumentaram as vendas de antivirais, em Portugal, sobretudo em Abril e Maio. As vendas de Oseltamivir e Zanamivir desceram muito em Junho, ou porque quem quisesse abastecer-se já estava fornecido ou devido às chamadas de atenção por parte do Ministério da Saúde quanto ao uso destes fármacos, de que há, aliás, reserva pública para distribuir. Na verdade, muita gente os tinha comprado (mesmo que para tal fosse necessária receita médica) pensando tratar-se de vacinas, quando eles só podem ser usados aos primeiros sintomas da gripe ou suspeita de contágio. Ainda assim, foram vendidas em três meses mais de 50 mil doses de antivirais.
Na Europa, muitos países deixaram de fazer a contabilidade diária dos casos, ficando pela estimativa total. Espanha, já com 11 mortes, indica um total só de 1538 casos. Ali, só ontem a ministra da Saúde deu uma conferência de Imprensa para divulgar medidas de higiene, como lavar bem as mãos e evitar cumprimentos sociais. Foi logo criticada, porque andou a distribuir beijos por quem conhecia.
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