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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Êxito da ACERT...

O facto de ter na sua génese um grupo de teatro - o Trigo Limpo - marcou toda a dinâmica e evolução da associação, que se quer mostrar ao Mundo, mas também mostrar o Mundo a Tondela, com uma programação permanente no espaço Novo Ciclo.


"A ACERT é um projecto que transporta o local para o Mundo, ou seja, afirma claramente a cultura local de Tondela. Mas afirma também a cultura do Mundo em Tondela. Sempre tentámos fazer essa ponte", contou à agência Lusa Miguel Torres, da direcção da ACERT.


A sua evolução, sempre muito apoiada na comunidade, leva a que tenha 3.500 associados. Todos os anos são muitos os jovens que participam nos seus projectos, nomeadamente na Queima do Judas, que envolve cerca de 200 pessoas exteriores à equipa profissional. E, durante todo o ano lectivo, recebe diariamente as turmas de teatro da escola secundária, que em Tondela são em número superior à média nacional.


Em paralelo, os espectáculos do Trigo Limpo teatro ACERT saem em itinerância pelo país e pelo estrangeiro.


"É um espaço de partilha, de chegada e de partida de várias confluências culturais, sejam as de Tondela a sair, sejam outras a chegar a Tondela", frisou Miguel Torres.


Na sua opinião, este é "um projecto que afirma a capacidade de intervir localmente e que no interior do país há todas as condições para desenvolver projectos com uma grande dinâmica e grande capacidade de trabalho, assim as pessoas tenham condições para o fazer".


Pompeu José é actor e encenador do Trigo Limpo. Já deu corpo a personagens de séries televisivas, mas mantém-se em Tondela, a lutar por um projecto que - acredita - contribuiu para que as pessoas da região vivam a cultura de uma forma diferente.


"Acho que o distrito de Viseu é uma marca no país um bocadinho diferente. Porque se complementa entre a ACERT e o Teatro Viriato, com outro tipo de programação, outro tipo de objectivos", referiu. Desta forma, considera que na região "a apetência pelo sair de casa, de frente da caixinha mágica, e ir ver acontecimentos ao vivo", é diferente de outros pontos do interior do país.


A ACERT recebe 391 mil euros por ano da Direcção-Geral das Artes e mais de 200 mil euros da Câmara de Tondela.


Apesar de admitir que se trata de "um esforço financeiro bem significativo", o presidente da autarquia, Carlos Marta, dá-o por bem empregue, por considerar que tem uma grande rentabilidade para o concelho.


"Temos a sorte de há mais de 30 anos termos uma estrutura associativa como a ACERT, que produz bastante cultura, que é capaz de fazer iniciativas culturais de grande qualidade e, naturalmente, isto significa projecção do concelho", afirmou.


Carlos Marta realça que a ACERT é a prova de que "no interior também existem hoje infra-estruturas, pessoas, capacidades, conhecimentos para que as pessoas possam ter acesso a esses bens que são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade".


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