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Madeleine

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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Incêndio começou ao início da tarde, mobilizou várias corporações e ameaçou casas, entrando na noite ainda por controlar...

Matas por limpar e acessos difíceis que impedem a aproximação dos autotanques nos incêndios florestais estão a deixar extenuados os bombeiros.


O sol que tem feito subir as temperaturas nos últimos dias foi, ontem, ao final da tarde, na zona de fronteira de Penafiel com Marco de Canaveses, tapado por uma nuvem de fumo. À hora do fecho desta edição, o incêndio ainda estava por circunscrever, com uma frente activa. No terreno estavam 106 bombeiros apoiados por 33 viaturas.


Vários corpos de bombeiros responderam à chamada enviando para as zonas da Portela do Monte, Croca (ambas em Penafiel) e Vila Boa de Quires (Marco) os meios disponíveis carregados de água. Mas a densidade da floresta e a dificuldade de caminhar mata dentro, aliada ao forte vento, forneceu o combustível necessário às chamas.


"Estava no meio de giestas maiores do que eu", exclamou um voluntário do Marco do alto do seu 1,78 metros. José Magalhães, 58 anos, habitante de Buriz, viu as chamas a rondar as matas do patrão. Hoje em dia praticamente ninguém as limpa. "Antigamente os lavradores tinham o gado e precisavam do mato". Hoje, segundo este ancião, já ninguém o corta, "mas também não era preciso, se ninguém lhe ateasse o fogo", acrescenta.


Ao lado, José António, emigrante em França, diz ter vindo à terra, mas assegura que "não era para ver este triste espectáculo. Lá em França, estou emigrado na zona norte, há muito frio, os incêndios praticamente não existem", esclarece.


As chamas chegaram a rondar várias habitações. Joaquim Barros viu do pátio o trabalho dos bombeiros. "O que lhe sei dizer é que eu vivo aqui no alto, vê-se tudo daqui. Ainda ontem, eram para aí três horas da tarde, em Gaia de Cima (Vila Boa de Quires), vi várias fogueirinhas. Uma aqui, outra acolá espalhadas pelos montes".


O facto de ser ano de eleições é também explicação admitida entre bombeiros para tanto incêndio. "Só não há mais área ardida porque tem havido boa resposta. Os ganhos dos dois últimos Verões, em que houve uma recuperação da floresta, estão neste ano a ser reduzidos a cinzas" acrescentam os voluntários, paradoxalmente encharcados de água e cheios de calor.


A ajuda dos céus também chegou através de um helicóptero pesado Kamov. No terreno pedia-se que a água caísse onde fosse precisa. Os bombeiros de Penafiel, por exemplo, não esquecem que ficaram recentemente sem uma viatura, esmagada por um engano de um Canadair que lhe despejou com a carga em cima.


Ainda assim, pelo que contam os voluntários, este Verão está a haver boa coordenação. O comandante dos Bombeiros do Marco, Fernando Nazário, destaca "o bom entendimento que tem existido entre os diferentes actores".


Neste concelho, desde há oito dias que os montes andam a arder. Nesta já longa semana de brasa, no Marco, já arderam cerca de 80 hectares de floresta.


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