A cooperação e o intercâmbio cultural, social, educativo, económico e turístico são os objectivos do protocolo de geminação, cooperação e amizade assinado, sábado, pela Câmara Municipal de Viseu e a Câmara Distrital de Cantagalo
Os dois municípios comprometem-se a cooperar no desenvolvimento de actividades no "apoio educativo" e a trocar "informações e experiências no âmbito cultural, desportivo, artístico, económico, educacional e turístico", refere o protocolo assinado nos Paços do Concelho. O documento sublinha ainda a responsabilidade das entidades de fazer o levantamento e conservação do património histórico e arquitectónico, como também o intercâmbio de cidadãos de modo a facilitar o conhecimento e reconhecimento recíprocos.
"Esta é uma geminação com pessoas e é isso que nos interessa. Nós queremos uma geminação para as pessoas, que seja sentida pelas pessoas", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas. O presidente considerou que esta geminação "não podia acontecer em melhores condições", porque "descobrimos uma ampla população que vive entre nós com ligações a São Tomé e Príncipe".
Assim, o autarca anunciou que está a pensar em construir a Casa de Viseu em São Tomé e Príncipe, projecto que quer pôr em prática, aproveitando a presença das empresas de construção naquele local e de outras entidades com ligação a Viseu de modo que sejam associadas dessa Casa. O objectivo é fazer da Casa "a âncora" de Viseu em São Tomé e Príncipe, sendo entendida como "um prolongamento de Viseu" e uma estrutura que pode servir para "dar corpo" ao apoio da câmara e à ligação entre Viseu e aquele estado. Esta Casa irá "marcar a presença" de Viseu e "facilitar o entendimento", disse Fernado Ruas, acrescentando que a obra será feita "de forma barata, para que os viseenses que vão a São Tomé e Príncipe se possam rever na casa".
Jorge Correia, presidente da Câmara Distrital de Cantagalo, lembrou que as populações de Viseu e Cantagalo já "haviam gerado, por força da história, uma relação que foi esmorecendo, mas não se extinguiu". "Importa, pois, relançar essas relações, reforçá-las e fortalecê-las", frisou Jorge Correia, confirmando a vontade e o desejo de fortalecer a ligação entre os dois municípios e de trazer novos contributos.
O presidente sublinhou que "São Tomé e Príncipe em geral e Cantagalo em particular estão abertos à participação empresarial de Viseu", "em áreas que vão desde a pesca ao turismo, da exploração agrária à construção". Além disso, deixou a sugestão para que os viseenses possam visitar todas as ilhas em parcerias público-privadas.
Fernando Ruas reafirmou a expectativa que tem em relação a esta geminação, tendo manifestado vontade de que estes laços sejam efectivos, pois não gostaria que "as geminações fossem apenas para ter uma placa no início da cidade a dizer geminados com e isso não fazemos".
À saída, estava preparada uma surpresa para os convidados que puderam apreciar pequenas actuações de um grupo de gaitas de foles - o Girofoles de Viseu e da Tuna Universitária de Viseu - Real Tunel Académico.
Origem da geminação
A geminação deve-se, em parte, à União Europeia que fez uma maratona histórica no sentido de proporcionar o diálogo entre os países através de geminações e, à semelhança de outros municípios europeus, Viseu fez a geminação com um município africano. Além disso, foi instituído um órgão de cooperação entre as administrações locais e os municípios de todos os Países de Língua Oficial Portuguesa. Fernando Ruas é o presidente desse órgão e Jorge Correia assume funções no conselho directivo, daí também a proximidade entre ambos os municípios. Esta é a 4.ª geminação que Viseu faz com outras autarquias e, na opinião do presidente, nenhum outro município seria mais indicado para fazer esta geminação com Cantagalo, um distrito da ilha de São Tomé com cerca de 14 mil habitantes.
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