Identificaram-se como sendo sendo polícias, mostraram os crachás, mas queriam era roubar o ouro. Uma vítima da quadrilha integrada por dois agentes da PSP contou como começou e acabou o falso negócio de ouro.
Os seis detidos, que faziam parte da quadrilha, estavam ontem a ser ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, depois de terem chegado às instalações judiciais mais dois elementos que farão parte da quadrilha, dois operacionais do Porto, que terão participado no roubo a um empresário de Monção, em Abril último, roubando-lhe cerca de 200 mil euros.
Entre os detidos está um indíviduo de nome Sebastião, nascido na zona do Porto há cerca de 50 anos, um histórico do crime que vivia em Lisboa e que será proprietário de uma ourivesaria nesta cidade, suspeito de ser o líder da quadrilha.
Terá sido este indivíduo que, através de um intermediário, estabeleceu o negócio fictício para compra dos 10 quilos de ouro, em Março, no Cacém, que deu origem ao processo investigado pela Unidade Nacional de Contra-terrorismo (UNCT), da PJ, e tutelado pelo DIAP de Lisboa.
"Foi com ele (Sebastião) que primeiro falámos", adiantou, ao JN, António Serra. "Nós tínhamos dez quilos de ouro para vender e estava tudo legal" enquanto mostrava facturas relativas à origem legal das peças de metal precioso.
O queixoso conta que, depois de um primeiro contacto, foi levado por Sebastião a uma ourivesaria em Benfica. "Ele disse que ela lhe pertencia e que negociava também em imobiliário", adiantou António Serra. O encontro foi marcado para um espaço do Mac Donalds, onde o arguido apareceu, "mas assim que acordámos o negócio apareceram logo três homens armados, dois deles com crachás da PSP".
António Serra conta que o acusaram que o ouro tinha origem ilegal. O vendedor protestou e mostrou as facturas. "Algemaram-me e disseram que me iam levar para a Esquadra da Amadora", recorda António Serra. Dois eram realmente agentes da PSP, andaram com ele várias horas e acabaram por o lançar de uma ribanceira na mata de Monsanto.
Ontem à tarde, os seis arguidos tinham começado a ser ouvidos, no TIC de Lisboa, mas a investigação da PJ está ainda a tentar estabelecer ligação com outros roubos, assim como com negócios de falsificação de documentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário