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Radio Viseu Cidade Viriato

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Esta é a estimativa nacional mais optimista dasautoridades sanitárias, que admitem mais 500 mil casos...

Os cálculos dos epidemiologistas sobre o avanço da nova gripe em Portugal admitem 20% a 25% da população doente em dado momento da pandemia. O vírus, dizem dois estudos científicos, afecta mais que outros o pulmão.


Havia ontem a confirmação de mais um caso de contágio pelo vírus da nova gripe em Portugal, anunciou o Ministério da Saúde. Elevava-se, assim, a 42 o número de pessoas infectadas pelo vírus desde o começo de Maio.


Esta recente confirmação diz respeito a um menino de dois anos, proveniente do México, e que se encontra internado no Hospital D. Estefânia, em Lisboa.


A nível europeu, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, já havia ontem 10.260 doentes e mundialmente chegava-se aos 85 mil casos com análises positivas. Os Estados Unidos continuam a reportar o maior número de doentes (quase 34 mil) ainda que as próprias autoridades de saúde venham afirmando que a realidade tenha cifras muito mais elevado de infecções. Nessas estimativas, os infecciologistas têm em conta os indivíduos com sintomas ligeiros ou mesmo sem sintomas.


As mortes atribuíveis a esta infecção cifravam-se em 421, com uma expressão recente muito elevada na Argentina (55). No Chile, com o quádruplo dos casos (mais de oito mil), havia o registo de 16 óbitos. O Perú anunciava ontem as duas primeiras mortes atribuíveis à nova gripe.


As autoridades sanitárias portuguesas admitem presentemente que o cenário de pandemia atinja 20% a 25% da população de cerca de dez milhões num dado momento do Outono ou Inverno. As previsões internacionais mais pessimistas em termos globais admitem até cerca de 30% de pessoas infectadas.


O comportamento do vírus está a ser estudado em laboratório. Dois estudos feitos em cobaias (foram utilizados furões porque reagem habitualmente aos diversos vírus da gripe de forma semelhante aos humanos) indicam aspectos importantes. Um deles não é muito favorável: comparado com o vírus da gripe sazonal, o novo ataca mais a traqueia, brônquios e bronquíolos (vias aéreas inferiores), não ficando preferencialmente pela faringe e laringe. No entanto, o ataque à zona pulmonar não se traduziu, nas cobaias, por mortalidade mais significativa que a da gripe sazonal. Por outro lado, se se verificou contágio através das gotículas da tosse ou espirro, ele não pareceu tão bem sucedido como na gripe sazonal. Outro aspecto observado a partir dos dois estudos, feitos nos EUA e na Dinamarca, indica que pode dar-se a recombinação nos seres humanos, pois os dois vírus têm capacidade para infectar as mesmas células do aparelho respiratório (ainda que com alguma "preferência" ora pelas vias superiores ora pelas inferiores). Os estudos laboratoriais analisados e divulgados pelo Centro Europeu de de Prevenção e Controlo de Doenças destacam ainda como significativo o facto de o novo vírus da estirpe A(H1N1) desencadear sintomas gastro-intestinais com uma frequência muito mais elevada que os seus "primos".


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