Investigação na Alemanha suspeita de corrupção na venda de submarinos a Portugal. Cônsul terá recebido suborno.
O Governo português suspendeu o cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, de «todas as funções relacionadas com o exercício do cargo», na sequência da investigação na Alemanha de suspeitas de corrupção na venda de submarinos.
Cônsul honorário de Portugal terá recebido suborno
«Em resultado de informação proveniente das autoridades alemães sobre a acção judicial em curso naquele país, o Governo suspendeu de todas as funções relacionadas com o exercício do cargo o cônsul honorário de Portugal em Munique, Alemanha, o senhor Jurgen Adolff, a partir de hoje», lê-se num comunicado do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
A suspensão das funções de Jurgen Adolff do cargo de cônsul honorário de Portugal em Munique manter-se-á «até cabal esclarecimento das investigações que o envolvem pessoalmente», acrescenta o gabinete de António Braga no comunicado enviado à Lusa.
A revista alemã Der Spiegel noticiou que um cônsul honorário de Portugal, que não identifica, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Man Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.
De acordo com a Der Spiegel, o cônsul honorário terá também organizado, no verão de 2002, uma «reunião entre a administração da Ferrostaal e o antigo primeiro ministro português José Manuel Durão Barroso», actual presidente da Comissão Europeia.
As autoridades judiciais de Munique, que efetuaram várias buscas na passada quarta feira na Ferrostaal, encontraram «mais de uma dúzia de contratos de consultoria suspeitos», que visavam «dissimular os canais de pagamento» para que «subornos pudessem ser enviados a responsáveis do Governo [português], dos Ministérios e da Marinha», refere a revista.
Cônsul desconhece acusações
O cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, garantiu à Lusa desconhecer as acusações que lhe foram atribuídas no processo de compra de dois submarinos, bem como a decisão do Governo de o suspender de funções.
«Não sei de nada, nem faço ideia do que me está a falar», respondeu Jurgen Adolff ao ser contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa.
Adolff asseverou que não tinha lido qualquer notícia na imprensa alemã ou portuguesa que lhe fizesse referência e não ter também conhecimento da sua suspensão, anunciada hoje de manhã pelo Governo português.
«Seria simpático se me tivessem informado de que estou suspenso», acrescentou o homem de negócios de Munique que é cônsul honorário de Portugal na capital da Baviera há 15 anos.
TVi24
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