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quarta-feira, 31 de março de 2010

Passos esmagador obtém garantia de união interna...

Passos esmagador obtém garantia de união interna

Pedro Passos Coelho é o novo presidente do PSD. O antigo deputado derrotou hoje, em eleições directas, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros, obtendo quase dois terços dos votos dos 79 mil militantes sociais-democratas inscritos. Passos convoca adversários para a união, após vitória clara. Sem querer crise política, líder eleito diz que não levará Governo ao colo

Pedro Passos Coelho é o novo líder do PSD, obtendo uma destacada vitória na eleição de ontem - recorde, aliás, nas directas do partido: mais de 27 mil votos, 61,1% do total. Paulo Rangel ficou longe, com mais de 15 mil votos (34,5%) e Aguiar-Branco remetido a 3,6%, apenas 1598. O resultado, esmagador, garante, para já, união em torno da nova liderança.

Na primeira declaração como presidente, Passos Coelho anunciou que convidou os seus adversários para integrarem as suas listas aos órgãos do partido. E garantiu: "Mostrámos que o partido não está dividido, não está balcanizado, nem é um saco de gatos." A sua primeira prioridade, reforçou, é "unir" o PSD - porque "todos" no partido estarão à prova.

Reconheceu ainda "o trabalho activo" da líder cessante no partido, esperando que continue "na primeira linha" do PSD.
De Aguiar-Branco soube em directo pelas televisões que não conta com ele na liderança da bancada do PSD. Garantiu, por isso, que aceitará o interlocutor na Assembleia da República que o grupo parlamentar escolher.

Já para fora do partido, disse aos portugueses que não está apostado "em abrir crises políticas que o País não precisa". Mas assegurou também que não andará "com o Governo ao colo" e não aprovará aquilo com que não concorda. Três "nãos" para dizer que está disponível a ajudar o Governo a enfrentar a crise mas "com as nossas ideias".

Rangel leal cria "corrente"

Minutos antes da intervenção do novo líder, os seus adversários entraram em directo para as televisões com discursos coincidentes na mensagem de união, mas diferentes no modo como se querem posicionar para o futuro.

Paulo Rangel falou de uma "vitória clara e expressiva", pediu palmas para o novo presidente do partido e prometeu "lealdade" à nova liderança. Mas deixou claro que os mais de 30% de votos servirão para criar uma "corrente" dentro do partido.

Já Aguiar-Branco, cujos poucos mais de 1500 votos nas directas acabaram por ser inferiores às assinaturas que entregou na segunda-feira (mais de 2200), colocou-se inteiramente ao lado de Passos Coelho para a nova etapa (exigindo até "um compromisso das outras candidaturas para acabar com as guerras internas".

Mais, deixou três desafios para o futuro do partido: "Mobilizar os militantes"; uma nova liderança parlamentar - já que ele próprio sairá - com oposição firme e responsável"e dar provas de união. E ainda deixou uma herança no Parlamento: "Que (o novo líder) leve a Comissão de Inquérito ao caso TVI até ao fim.

DN

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