O comandante da PSP manifestou-se preocupado com a segurança nos bairros urbanos de Viseu. Paradinha é um deles. O desabafo foi feito numa reunião que reflectiu o aumento da criminalidade no distrito de Viseu em 2009 (14,5%). A A25 potenciou acréscimo.
Paradinha, Grilo e Galo são três bairros urbanos cuja segurança preocupa a PSP de Viseu. Muito mais do que o centro histórico onde, desde há alguns meses, está em vigor um Contrato Local de Segurança (CLS).
"A criminalidade no centro histórico nunca foi problema", declara o comandante da PSP, intendente Serafim Tavares, que recorre às estatísticas para justificar a sua opinião. "Durante o ano de 2009, verificaram-se nove situações de crime, nomeadamente furtos, naquela zona. Menos de um caso por mês", diz taxativo.
Nove furtos num ano
Serafim Tavares lembra que o reforço de policiamento no centro histórico começou em Março de 2009, motivado por preocupações dos comerciantes, e foi recentemente reforçado pelo Governo através da implementação do Contrato Local de Segurança em parceria com outras entidades. "Mas nunca foi nem será um problema. A meu ver haverá mais problemas de carácter social do que propriamente criminal".
A preocupação do comando da PSP vai para alguns bairros, na cintura urbana de Viseu, onde têm sido denunciadas situações de perigo potencial, que obrigam carteiros e contadores de água dos Serviços Municipalizados de Viseu, por exemplo, a deslocarem-se escoltados por polícias. "Aí sim, seria talvez de apostar um pouco no reforço do policiamento", sustenta.
A convicção do comandante da PSP foi expressa no mesmo dia em que o Conselho Distrital de Segurança Interna (CDSI) reflectiu o aumento da criminalidade no distrito de Viseu, na ordem dos 14,5% (passou de 8 801 em 2008 para 10 088 em 2009).
O eixo da autoestrada A25, pela facilidade que oferece aos criminosos do "bate e foge", foi considerado potenciador do acréscimo registado. Amaral Dias, comandante da GNR, aponta Mangualde e Viseu como os concelhos que mais contribuíram para o aumento da criminalidade, logo seguidos de S. Pedro do Sul, Tondela e Sátão. E, mais à frente, Nelas, Vouzela e Oliveira de Frades. Fora do eixo da A25 foi destacado Cinfães pela sua proximidade do Porto.
O governador civil, Miguel Ginestal, reconheceu que os crimes que mais aumentaram na região têm a ver com o património (com destaque para os incêndios florestais) e a violência doméstica.
Apesar do aumento "real" da criminalidade, Ginestal salientou que Viseu "é um distrito seguro". Fazendo notar que as 10 088 participações feitas no âmbito da GNR e PSP "representam apenas 2,42% do total do país", colocando o distrito em 11º lugar no que respeita à criminalidade.
Faltam 300 efectivos
A falta de efectivos nos quadros de pessoal das forças de segurança esteve em cima da mesa. A PSP regista um défice de 51 polícias (para um quadro de 284 elementos existem 233, segundo dados revelados em Janeiro deste ano). À GNR faltam entre 200 a 250 militares (o quadro prevê cerca de 1040 mas, na prática, contam-se pouco mais de 800), revelou ontem Amaral Dias. Apesar dos 119 novos elementos destacados para Viseu em 2009 (100) e 2010 (19).
Miguel Ginestal conta que, nos próximos meses, os efectivos possam ser ainda mais reforçados.JN
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