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terça-feira, 13 de abril de 2010

Portugal tem 1402 cães perigosos...

Portugal tem 1402 cães perigosos

São 11 518 os cães potencialmente perigosos registados no País, enquanto em 2007 eram apenas 3812

Actualmente existem 1402 cães perigosos no País, havendo a percepção por parte da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) de que o rottweiler, logo seguido do pitbull, é - das sete raças classificadas como perigosas (ver caixa em baixo) - a mais procurada pelos portugueses. Já o número de cães potencialmente perigosos é de 11 518, quando há um ano se cifrava em 10 300 e em 2007 em 3812.

Quanto ao número de apreensões efectuadas, ao DN, fonte da DGV disse não existir uma contabilização a nível nacional. "A DGV está a desenvolver um plano de controlo e uma aplicação informática para começar a recolher esses dados", que actualmente são contabilizados autarquia a autarquia.

O DN conseguiu obter o número de apreensões registadas em Lisboa e no Porto, cidades que criaram instrumentos próprios no sentido de apurar dados mais concretos. Para o efeito, a Polícia Municipal (PM) de Lisboa criou a Brigada Especial de Fiscalização Animal (BEFA), em 2008, na sequência de diversos casos de agressões, nomeadamente uma morte provocada por um rottweiler, na Várzea de Sintra, e cuja sentença decretada ao proprietário (ano e meio de pena suspensa e 125 mil euros de indemnização) foi conhecida esta semana.

Só no ano passado, a BEFA apreendeu 36 cães perigosos e potencialmente perigosos, 13 dos quais eram da raça pitbull. Segundo a PM, não tem havido aumento do número de casos de apreensão e as denúncias têm até reduzido. Ao DN, o comandante da PM, André Gomes, atribui este fenómeno ao efeito pedagógico da intervenção da BEFA, bem como as restrições impostas pelo Decreto-Lei 315/ /2009, de 29 de Outubro, que entrou em vigor em Janeiro.

"Os cidadãos estão mais conscientes das suas obrigações. A legislação também não é alheia a este facto. Pensa-se que cumpre efectivamente de forma mais arqueada o princípio da prevenção", afirmou André Gomes.

O comandante não tem dúvidas de que "a pressão conjunta dos instrumentos legais adequados e da fiscalização tem contribuído para estagnar ou reduzir os números". No entanto, diz: "Fomentamos e encorajamos as pessoas a denunciar situações ilícitas que possam pôr em perigo os cidadãos e outros animais."

No Porto, o regulamento para fiscalizar os cães potencialmente perigosos causou alguma polémica em 2007 quando foi aprovado. A autarquia já tinha lançado uma portaria dois anos antes que se revelou pouco eficaz por contemplar apenas coimas. A partir de 2007, a câmara passou a poder avançar com o despejo do inquilino (apenas no caso dos moradores em habitações da autarquia) que se recuse a retirar de casa o animal de que é proprietário. Desde 2006 e até ao final do primeiro trimestre deste ano, foram removidos 74 canídeos considerados de raça potencialmente perigosa de habitações por intervenção directa dos serviços da empresa municipal DomusSocial, que chegou a avançar com três acções de despejo.

Das raças perigosas, a maioria das apreensões diz respeito a cães pitbull (44 animais) e rottweiler (26 cães). O Bairro do Aleixo lidera no número de casos denunciados, seguindo-se o Bairro do Cerco. De acordo com a autarquia, estes cães são utilizados frequentemente em lutas e como recurso ao tráfico de droga.

DN

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