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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Projecto é financiado pela Petrobrás e Partex. Galp será o próximo parceiro...

O Centro de Modelização de Reservatórios Petrolíferos é o único no país a criar modelos para avaliar reservas petrolíferas mundiais. O objectivo é minimizar os riscos das empresas que investem nos campos.


Chamam-se modelos matemáticos e geoestatísticos e têm como principal finalidade caracterizar reservatórios petrolíferos a nível mundial. Ou seja, através de imagens computorizadas das jazidas, é possível ter uma imagem precisa da permeabilidade do campo, da porosidade e da quantidade de óleo existente.


Este método evita que sejam feitos furos - que requerem um investimento superior a 250 mil euros - para perfurar as jazidas sem garantias de sucesso. Através das imagens de caracterização dos poços, as empresas investidoras têm uma noção mais correcta da realidade, o que lhes permite quantificar o risco e o grau de incerteza, aumentando, assim, o conhecimento do reservatório. As zonas mais ou menos viáveis são identificadas e a gestão do campo é mais eficaz.


"Não são modelos deterministas, são modelos probabilistas, e a vantagem é darem a probabilidade de falhar" Amílcar Soares, presidente do Centro de Modelização de Reservatórios Petrolíferos, situado no Instituto Superior Técnico de Lisboa. No entanto, segundo o professor, estes modelos "honram a informação que se tem dos poços, e quando se extrai algum risco, é um risco viável".


O CMRP é o único no país a criar modelos para avaliar reservas petrolíferas mundiais. O pontapé de saída foi dado em 1986, em conjunto com a Partex, para a caracterização de um reservatório no Médio Oriente - o campo de Asab de Abu-Dhabi. Com provas dadas na área da investigação em campos petrolíferos, o Centro conta ainda com projectos em África, Médio-Oriente e Europa do Leste. Em cima da mesa, está ainda Angola e Brasil.


Desenvolvidos por alunos e docentes do Técnico, o projecto é financiado pela brasileira Petrobrás e pela Partex (petrolífera da Fundação Gulbenkian), sendo que em breve terão um novo parceiro: a Galp. "As jazidas da Galp são muito profundas e há uma grande necessidade de tecnologia não só para a exploração, mas também para a caracterização", avançou Amílcar Soares, acrescentando que a exploração dos reservatórios do pré-sal são, actualmente, o ponto quente a nível de investigação. "Já cooperamos com a empresa na formação, e tudo indica que vamos começar a colaborar também ao nível da investigação", concluiu.


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