Há 100 anos nascia um homem que viria a ser decisivo para a sonoridade da música popular. Chamava- se Leo Fender e as guitarras a que emprestou o nome estiveram na base da criação de alguns dos artistas mais talentosos do século XX.
Leo Fender criou a mítica guitarra |
Leo Fender nasceu em Anaheim, na Califórnia, a 10 de Agosto de 1909 e viria a falecer a 21 de Março de 1991. Quando era jovem adorava manipular rádios e aos poucos foi também ganhando interesse por amplificadores.
A primeira guitarra eléctrica, uma evolução da guitarra acústica, surgiu em 1930, mas apresentava problemas de diversa ordem. Nomeadamente, os captadores electrónicos faziam vibrar o seu bojo de uma tal forma que provocavam feedback. Tornava-se completamente impossível controlar o som da guitarra em palco.
Fender Telecaster |
A solução, encontrada por Les Paul (cujo nome aparece associado a modelos da Gibson), foi passar a construir guitarras com o corpo maciço, o que seria materializado pela empresa Rickenbaker, outro fabricante de renome, apenas dois anos mais tarde.
É na década de 40 que Leo Fender resolve fabricar guitarras eléctricas e amplificadores com a companhia K&F para depois, em 1946, fundar a sua FenderElectric Instrument Company.
Com George Fullerton, em 1948, desenhou a Fender Broadcaster, que pouco depois viria a chamar-se Telecaster.
Seis anos mais tarde lançou aquela que viria a ser uma das guitarras mais importantes da História, a Stratocaster, que foi utilizada por algumas lendas do pop/rock, desde os Beatles a Jimi Hendrix. Este modelo surgiu para bater a concorrência da Gibson e da Gretsch.
Fender criou também o Precision Bass, outro instrumento notável. Tratava-se de um baixo eléctrico que podia ser manipulado como uma guitarra, tornando agora os baixistas mais audíveis, podendo deixar o plano secundário em que ficavam atrás dos respectivos contrabaixos.
O talento do construtor lançou-o ainda no desenho de violinos eléctricos, steels, bandolins e amplificadores.
Os modelos foram surgindo e marcando de imediato a sua presença: a Jazzmaster, a Jaguar, a Mustang, a Electric -XII (12 cordas), a Bass VI, entre outras, bem como instrumentos acústicos.
A meio da década de 60, Leo Fender sentiu-se acometido por problemas de saúde e resolveu vender a sua empresa à CBS por 13 milhões de dólares.
Pouco tempo depois esteve na CBS/Fender, mas por um período curto. Abandonou-a em 1970 para não mais lá voltar.
Mas não se pense que a história das famosas guitarras ficou por aqui. Longe disso. Até 1979, a Fender chegou a vender 40 mil instrumentos por ano, ainda que tivesse que lutar contra cópias e importações japonesas. Entretanto, os Estados Unidos entraram em recessão e os adolescentes começaram a despertar para os jogos de vídeo: as guitarras deixaram de ser objectos prioritários para os seus tempos de lazer.
Três anos mais tarde, a empresa começou a fazer edições vintage baseadas nas guitarras originais. Mas os lucros caíam a pique e a fábrica passou de 1.100 empregados para apenas 90.
A fábrica foi vendida pela CBS a um grupo de investidores a meio da década de 80 e , depois de ter aberto uma oficina em Corona, na Califórnia, passou a apostar sobretudo na qualidade dos instrumentos em detrimento da quantidade. Mais tarde , a Fender abriu uma outra fábrica, agora no México.
Na década de 90 surgiram novos modelos, a Custom Shop e a Custom Amp Shop. O nome Fender continua ( e continuará) a ser sinónimo de guitarras eléctricas de qualidade.
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